Paleontólogos encontram fósseis de anfíbios semelhantes a jacarés

SoCientífica
Imagem/Reprodução: Fossil Wiki

Paleontólogos descobriram, na África do Sul, fósseis de anfíbios gigantes semelhantes a jacarés que viveram há mais de 255 milhões de anos. As marcas deixadas por essas criaturas, chamadas de rhinesuchid temnospondyls, foram encontradas na Bacia de Karoo, cobrindo a paleosuperfície de Dave Green. O estudo, publicado no periódico PLOS One, revela o comportamento e a aparência desses anfíbios, que cresceram mais de um metro e meio de comprimento.

A descoberta foi feita por uma equipe liderada pelo paleontólogo David Groenewald, da Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo. A pesquisa se baseou no tamanho, forma e outros vestígios fósseis encontrados na área para identificar a presença desses anfíbios gigantes. Esses animais possuíam crânios largos e achatados, cheios de dentes, e se assemelhavam aos crocodilos de seu tempo.

A análise das pegadas e arranhões na rocha indica que os temnospondyls tinham caudas grossas e poderosas, usadas para se movimentar na água. Os fósseis também sugerem que esses anfíbios mantinham seus membros próximos ao corpo enquanto nadavam, semelhante ao movimento dos crocodilos atuais. Algumas pegadas mostram que os temnospondyls também caminhavam ao longo do fundo do rio, abrindo os braços e as pernas.

Os vestígios fósseis desempenham um papel crucial na compreensão do comportamento e da aparência dessas espécies pré-históricas. A descoberta desses fósseis impressionantes oferece evidências empíricas que apoiam anos de pesquisa biomecânica e enriquecem o conhecimento sobre a vida na Terra durante o Período Permiano.

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Uma impressão na superfície do rhinesuchid temnospondyls (a) é comparada com uma impressão atual de um jacaré na Geórgia (b). Imagem: Groenewald et al., 2023, PLOS One, CC-BY 4.0

Além das pegadas e marcas na rocha, os pesquisadores analisaram a paleosuperfície de Dave Green, formada por rios que percorriam a paisagem pré-histórica. Esses rios abrigavam os temnospondyls, anfíbios gigantes que conviviam com outros vertebrados. Diferente das salamandras atuais, alguns desses animais possuíam coberturas duras de queratina na pele ou armadura óssea, tornando-os presas mais difíceis para os predadores da época.

Os paleontólogos, ao estudar as pegadas e arranhões deixados pelos temnospondyls, conseguiram traçar um retrato mais detalhado do comportamento e movimentação desses animais. A análise dos vestígios fósseis sugere que eles se moviam lentamente pelos rios, deixando marcas no fundo lodoso, e por vezes repousavam, criando impressões de corpo inteiro.

As descobertas são relevantes não apenas para a compreensão da biologia dos temnospondyls, mas também para o estudo da evolução dos anfíbios e outros vertebrados. A informação coletada pode ajudar a elucidar aspectos desconhecidos da vida pré-histórica e enriquecer o conhecimento científico sobre as mudanças ocorridas no ecossistema ao longo do tempo.

O estudo dos fósseis e vestígios encontrados na paleosuperfície de Dave Green demonstra a importância da paleontologia na investigação do passado da Terra e das espécies que a habitaram. O trabalho contínuo dos pesquisadores nessa área pode trazer à luz mais informações sobre o mundo pré-histórico e sua influência na vida atual.

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