Ossada de 70 mamutes da espécie Mammuthus columbi, bem como 15 humanos, foram encontrados na construção de um aeroporto na Cidade do México, no México.
Não é algo raro que em construções sejam encontrados artefatos históricos ou fósseis, como um recente caso brasileiro da construção de uma loja da rede Havan interditada pelo Iphan, que acabou gerando uma grande polêmica. No entanto, o que ocorreu no México foi extraordinário.
Em novembro de 2019, pesquisadores do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH), do México, haviam publicado a descoberta de que caçadores do período neolítico perseguiam os mamutes com armas e tochas até trincheiras, onde os animais ficavam presos e eram mortos. No local, havia mais de 800 ossos pertencentes a pelo menos 14 mamutes.
Segundo um comunicado do INAH, nessa nova descoberta, no entanto, os pesquisadores não encontraram evidências de que eles tenham sido presos por ação humana.
O local foi um lago que secou, o Lago Xaltocan, tornando-se uma região pantanosa, e foi nesse contexto que o incidente ocorreu. Eles não descartam, porém, a possibilidade de os humanos da região tenham se aproveitado para utilizá-los como alimento.
Os 15 humanos encontrados, que ainda serão melhor investigados, provavelmente não foram mortos em batalhas, mas por outras causas. Ferramentas e utensílios domésticos e cerâmicas astecas foram encontrados junto à cova, o que indica um velório comum de camponeses durante o período pré-hispânico, entre os anos de 950 e 1521 d.C. após o período neolítico.
Essa espécie, Mammuthus columbi, era bastante abundante e viveu na América do Norte até cerca de 12 mil anos atrás, durante a época do Pleistoceno. Ele está entre as maiores espécies de mamutes que já existiu, podiam medir mais 4 metros de altura e pesar até 10 toneladas.
Como ficam as contruções?
Quanto ao fato de as descobertas estarem em pleno espaço de obras, o diretor do INAH, Salvador Pulido Méndez disse ao portal de imprensa do instituto:
“Até agora, nenhuma descoberta foi registrada no terreno que leve ao repensar o canteiro de obras, no todo ou em parte. Pelo contrário, os trabalhos permitiram ao INAH uma conjuntura de pesquisa em um espaço onde, embora se soubesse da existência de restos esqueléticos, eles não tiveram a oportunidade de localizá-los, recuperá-los e estudá-los”.
Até o momento, a construção do Aeroporto Internacional Felipe Ángeles, portanto, continua, ao mesmo tempo em que as equipes das 23 frentes de exploração continuam a trabalhar. Há até mesmo a possibilidade de que, no aeroporto, seja construído um museu para uma viagem no tempo, para 35 mil anos atrás.