Os principais desafios em longas viagens espaciais para a saúde

Felipe Miranda

Há uma expansão para o espaço ocorrendo exatamente agora. Pelo mundo, cientistas engenheiros e empresários trabalham em soluções para os mais diversos problemas que a humanidade enfrentará, os principais desafios em longas viagens espaciais. No entanto, mesmo com tanta gente trabalhando, a missão ainda é extremamente difícil. O espaço é um local hostil para a vida, e não é fácil burlar os desafios da natureza.

O primeiro passo será uma base permanente na Lua. Isso não significa que os astronautas não voltarão para a Terra, mas que sempre haverá alguém por lá – nunca ficará desabitada. Isso é importante para o reabastecimento de foguetes, já que vencer a atmosfera da Terra custa a maior parte do combustível que o foguete leva. Além disso, a Lua exercerá diversos outros pontos importantes como um espaçoporto, com relação à comunicação e etc.

O segundo passo será o primeiro humano em Marte. Reabastecendo na Lua, temos combustível para levar um humano para Marte com todos os equipamentos necessários e trazê-lo de volta para a Terra. Assim que dominarmos essa exploração de mundos distantes, o ser humano viajará, enfim, para locais como as Luas de Júpiter e Saturno – muitas das quais são potenciais abrigos para a vida microscópica. Enfim, o céu não é o limite.

Falta de gravidade

Mas essa é apenas a parte bonita – os sonhos. Há muitos desafios. Há muitos efeitos do espaço na saúde humana, como perda de massa óssea e muscular. Já falamos aqui, por exemplo, dos efeitos do espaço no cérebro. A microgravidade altera fisicamente o cérebro de um astronauta no espaço, e muda consideravelmente diversas dinâmicas. O cérebro se adapta facilmente às mudanças, mas não perfeitamente. 

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(NASA)

Um dos efeitos no cérebro é o que os cientistas chamam, na tradução do inglês, Síndrome neuro-ocular associada ao voo espacial (SANS). Este não é um termo formal para o problema, mas os cientistas já o utilizam até mesmo para usos técnicos, então a tendência é de se tornar uma designação oficial em um futuro próximo.  

Aqui na Terra, a gravidade puxa os fluidos cranianos, então o corpo luta para mantê-los no cérebro. Mas no espaço, não há o que puxe, então os líquidos se acumulam, causando uma pressão interna no crânio e inchando os rostos dos astronautas. O inchaço passa em questão de poucos dias. Mas o líquido dentro do crânio permanece ali. Como resultado, portanto, ele pressiona o cérebro e os globos oculares contra o crânio. Assim, o cérebro muda estruturalmente e suas vista sofre – causando até mesmo problemas irreversíveis nos olhos, como a miopia.

Em dados preliminares, descobrimos algumas associações entre mudanças na estrutura do cérebro em astronautas com mudanças na postura, controle de equilíbrio e mudanças nos tempos de reação”, diz à Revista Astronomy a pesquisadora Donna Roberts, médica e professora da Universidade de Medicina da Carolina do Sul e especialista na SANS. Mas ela diz que “isso precisa ser estudado em grupos maiores de astronautas”.

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(NASA)

Radiação e isolamento

A atmosfera, o campo magnético e a camada e ozônio formam um grande escudo contra as agressões do espaço, com destaque para as radiações de frequências a partir do ultravioleta – as chamadas radiações ionizantes, pois arrancam elétrons das eletrosferas dos átomos. Portanto, esse tipo de radiação é cancerígena. Os cientistas buscam maneiras de barrar a radiação e esse também é um dos maiores desafios em longas viagens espaciais.

Além disso, há, é claro, os problemas psicológicos. Durante a pandemia, já obtivemos um vislumbre do quão ruim é ficar sozinho. No espaço, isso deve ser ainda mais estressante, atrapalhando a própria missão. Em uma mistura de efeitos da falta de gravidade, radiação e stress, o microbioma (as bactérias, fungos e vírus bons que vivem em você) também sofrem, e diversos problemas de saúde se amplificam pelos fatores psicológicos.

Com informações de Astronomy e LEE, Andrew. et al.

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