Em se tratando de fenômeno da natureza, o terremoto é considerado um dos mais devastadores. Em 1960, aconteceu no Chile o terremoto mais violento do qual se tem notícia até hoje, o que causou a morte de 2 mil pessoas e mais 2 milhões de feridos. No entanto, esse episódio não foi o único: locais como o Alasca, Indonésia, Japão e, mais recentemente, Turquia e Síria, também foram cenários das maiores destruições nesse sentido. Tendo isso em vista, o que causa terremotos?
Com base nos dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos, os maiores terremotos da história são considerados como tal levando em conta a intensidade dos tremores. No entanto, o terremoto de 2010 no Haiti ainda é o mais mortal, pois deixou 316 mil mortos. Como explicar, então, o funcionamento de tais fenômenos?
O que são terremotos?
A grosso modo, os terremotos são o resultado de movimentos súbitos ao longo de falhas dentro da Terra. Desse modo, o movimento libera energia de ‘tensão elástica’ armazenada na forma de ondas sísmicas, que se espalham por todo o planeta e fazem com que a superfície do solo trema.
Portanto, esse movimento nas falhas é geralmente uma resposta à deformação de longo prazo e ao acúmulo dessas tensões.
Estrutura da Terra
A estrutura da Terra é formada por diversas camadas. Essa afirmação é possível devido à observação da velocidade das ondas sísmicas, uma vez que ela [a velocidade] depende da densidade; assim, usa-se o tempo de viagem das ondas sísmicas de grandes terremotos que passam por todo o planeta para mapear a mudança na densidade com a profundidade.
Dessa forma, as camadas da Terra podem ser designadas da seguinte forma:
- Crosta – camada frágil e externa varia em espessura de cerca de 25 a 70 km sob os continentes e de cerca de 5 a 10 km sob os oceanos. A crosta continental é bastante complexa em sua estrutura e é feita de muitos tipos variados de rochas;
- Manto – abaixo da crosta é possível encontrar o manto denso, estendendo-se a uma profundidade de 2890 km. É constituída por rochas silicáticas densas. As ondas P e S dos terremotos viajam pelo manto, demonstrando que ele é sólido;
- Núcleo – com uma profundidade de cerca de 2900 km está a fronteira entre o manto e o núcleo da Terra. O núcleo é composto por ferro e sua parte externa é líquida.
Placas tectônicas e terremotos
Para compreender o que causa os terremotos é necessário saber o que são as placas tectônicas. Nesse sentido, a camada mais externa da Terra é fragmentada em cerca de 15 placas principais chamadas placas tectônicas. Essas lajes formam a litosfera, que é composta pela crosta (continental e oceânica) e a parte superior do manto.
Dessa forma, as placas tectônicas se movem muito lentamente uma em relação à outra – cerca de alguns centímetros por ano – mas isso ainda causa uma grande quantidade de deformação nos limites das placas, o que, por sua vez, resulta em terremotos.
Embora existam diversas teorias sobre o que causa o movimento das placas tectônicas, um estudo publicado na Nature Geoscience mostrou que a principal força motriz para a maioria dos movimentos da placa é a tração da placa.
Tipos de limite e falha das placas
O movimento das placas tectônicas é o que causa terremotos. Nesse contexto, as placas possuem limite e falha. No caso do limite, há três tipos:
- Divergente: placas se afastando;
- Convergente: placas se juntando;
- Transformação: placas se movendo umas sobre as outras.
Já com relação às falhas, três tipos básicos de falha: normal, reversa e transcorrente. Alguns tipos de falha são característicos dos diferentes limites das placas, embora muitas vezes ocorra mais de um tipo de falha ali. Isso ajuda os pesquisadores a entender o movimento relativo das placas e o tipo de deformação.
Teoria do Rebote Elástico
Proposta em 1906 pelo geólogo Henry Fielding Reid para explicar a deformação causada por terremotos, a teoria do Rebote Elástico afirma que antes de um terremoto, o acúmulo de tensão nas rochas em ambos os lados de uma falha resulta em deformação gradual.
Essa deformação excede a força de atrito que mantém as rochas juntas e ocorre um deslizamento repentino ao longo da falha. Isso libera o estresse acumulado e as rochas em ambos os lados da falha retornam à sua forma original (recuperação elástica), mas são compensadas em ambos os lados da falha.
Por fim, as tensões na Terra se acumulam e em algum momento, elas se tornam tão grandes que a região terrestre se quebra. Dessa maneira, uma ruptura do terremoto ocorre e alivia algumas das tensões.