Após entregar os componentes cruciais da primeira bomba atômica operacional – a arma que mais tarde seria lançada em Hiroshima – a uma base naval na ilha de Tinian, em 6 de agosto de 1945, o USS Indianapolis t. partiu de sem escolta, para se encontrar com o navio de guerra USS Idaho no Golfo de Leyte, nas Filipinas, e preparar-se para uma invasão ao Japão.
Entretanto, no dia seguinte a sua partida, pouco depois da meia-noite, um torpedo japonês atingiu o Indianápolis a estibordo, incendiando um tanque contendo 3.500 galões de combustível de aviação num pilar de fogo de centenas de metros. Em seguida, outro torpedo do mesmo submarino bateu mais perto do meio do navio, atingindo tanques de combustível e desencadeando uma cadeia de explosões que efetivamente rasgaram o navio ao meio. Devido a gravidade dos ataques e das explosões, o navio afundou em apenas 12 minutos. Aqueles que sobreviveram ao fogo e as explosões tiveram que se lançar ao mar e com sorte, subir em algum dos poucos botes que restaram do navio.
Dos 1.196 homens a bordo, cerca de 900 chegaram vivos à água. Porém, o que veio a seguir, ficou conhecido como o pior ataque de tubarões da história. O som das explosões e a grande quantidade de sangue na água, acabaram por atrair muitos tubarões, como os botes eram escassos, grande parte dos marinheiros tiveram que nadar até a terra mais próxima, o que os expôs ainda mais aos ataques.
No início, os tubarões se concentraram apenas nos mortos que flutuavam pelo mar. Mas as lutas dos sobreviventes na água atraíam cada vez mais tubarões, que podiam sentir os movimentos através de receptores ao longo de seus corpos que captam mudanças de pressão e movimento a centenas de metros de distância. Enquanto os tubarões voltavam suas atenções para os vivos, especialmente os feridos com sangramentos, os marinheiros tentavam se afastar de qualquer pessoa com uma ferida aberta e, quando alguém morria, eles empurravam o corpo, esperando sacrificar o cadáver em troca de sua vida.
Os tubarões se alimentaram por dias, sem nenhum sinal de resgate para os marinheiros. Somente após quatro dias vendo seus companheiros sendo devorados um a um pelos tubarões, os homens foram avistados por um avião da Marinha que sobrevoava o local e pediu ajuda por rádio. Poucas horas mais tarde um avião tripulado pelo tenente Adrian Marks voltou ao local e largou balsas e suprimentos de sobrevivência, entretanto ele viu homens sendo atacados por tubarões, e então, decidiu contrariar as ordens que recebeu, aterrissou nas águas e usou seu avião para ajudar os feridos e os retardatários, que corriam maior risco. Somente após a meia noite – 15 horas após o avistamento dos sobreviventes – o USS Doyle chegou ao local e ajudou a tirar os últimos sobreviventes da água.
Após o resgate, dos 1.196 homens que tripulavam a embarcação, restavam apenas 317. Acredita-se que cerca de 150 pessoas tenham sido mortas pelo ataque de tubarões, embora seja impossível obter um número exato.
FONTE / SMITHSONIAN