Uma nova pesquisa indica que uma longa estadia no espaço destrói hemácias mais aceleradamente do que seria o normal aqui na Terra. Segundo especialistas, a nova descoberta tem uma correlação direta com a chamada ‘anemia do espaço’, enfrentada por astronautas.
Há muitas décadas, profissionais da saúde de grandes empresas espaciais vêm estudando os efeitos colaterais do espaço. Após seis meses em órbita, por exemplo, boa parte da massa muscular e dos líquidos corporais se perde. Uma nova pesquisa agora mostra que os espaço destrói hemácias de astronautas em quantidades 54% maiores do que na Terra, em média.
Segundo o artigo, publicado no periódico Nature Medicine, 5 de 13 astronautas avaliados na pesquisa tiveram anemia diagnosticada ao voltarem para o planeta. Estes astronautas, ademais, passaram aproximadamente seis meses no espaço.
Um ano após o retorno dos astronautas para o planeta, a média da destruição de hemácias nos astronautas era ainda 30% maior do que o esperado. Ou seja, a estadia prolongada no espaço causa mudanças estruturais no corpo humano. Isso tem também uma implicação direta nas necessidades fisiológicas dos astronautas, mostrando que viagens longas podem exigir muito tempo e recursos para a recuperação.
Uma segunda pesquisa de 2020, além disso, também mostra que, quanto mais longa for a viagem espacial, mais intensa será a anemia desenvolvida pelo astronauta.
Combatendo a destruição de hemácias no espaço
Na Terra, o corpo humano mantém um equilíbrio de criação e destruição de aproximadamente 2 milhões de hemácias a cada segundo. No caso dos astronautas, contudo, seus corpos estavam destruindo em torno de 3 milhões de hemácias a cada segundo, enquanto a quantidade produzida não aumentava.
As hemácias, vale comentar, são células humanas que transportam oxigênio do pulmão para os demais tecidos do corpo. O caminho inverso acontece, ademais, com o transporte de gás carbônico dos tecidos para o pulmão.
Acontece que quando há a destruição de uma hemácia, especialmente da hemoglobina dentro da célula, gera monóxido de carbono. A equipe de pesquisadores do novo estudo, então, quantificou o monóxido de carbono no ar dos pulmões dos astronautas, bem como as hemácias no sangue deles.
Assim, a pesquisa reforça que a ‘anemia do espaço de fato é um problema sério para a colonização e turismo espacial. Tendo isso em vista, é possível que as dietas dos astronautas devam ser alteradas daqui para frente de forma a evitar o estresse da medula óssea, o tecido que produz as células sanguíneas.