O asteroide mais próximo já registrado acabou de passar pela Terra

Felipe Miranda
(Créditos da imagem: ZTF/Caltech Optical Observatories).

Não, você não o viu a olho nu, até porque o que é próximo em termos astronômicos, é extremamente distante para nós, pequenos humanos, mas o asteroide mais próximo já registrado acabou de passar de raspão pela Terra.

Não é um objeto muito grande. A rocha espacial, que passou pela Terra no último fim de semana, possui aproximadamente o tamanho de um SUV. Ele possui algo entre 3 e 6 metros de diâmetro, um tamanho realmente pequeno para os padrões que seguem os asteroides.

A aproximação total foi de 2.950 quilômetros, bem acima do Oceano Índico, informou a NASA. Essa é uma distância que poderia ser facilmente percorrida em uma viagem no próprio território brasileiro; é praticamente a distância entre a cidade de São Paulo, até Belém, no Pará.

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“É muito legal ver um pequeno asteroide chegar tão perto, porque podemos ver a gravidade da Terra drasticamente dobrar sua trajetória”, conta em um comunicado Paul Chodas, diretor do Centro de Estudos de Objetos Próximos da Terra (CNEOS), do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), da NASA. 

Para esse asteroide, especificamente, não seria necessária muita preocupação, entretanto. Em primeiro lugar, ele é pequeno, e provavelmente criaria nada mais do que uma bola de fogo no céu.

Segundo, que ele se aproximou acima do Oceano Índico. Isso quer dizer que ele queimaria sobre o mar, e dificilmente acertaria alguém, mesmo que não queimasse totalmente e ainda chegasse à superfície com um tamanho considerável.

Monitorar asteroides é um ótimo exercício para treinar, e é bom que tenhamos visto o asteroide mais próximo já registrado. De qualquer forma, entretanto, não estamos isentos de qualquer preocupação.

Riscos de choques.

Em 1908 um asteroide caiu na Terra, destruindo 1.200 quilômetros quadrados de floresta. Isso equivale a 8 milhões de árvores. A sorte, no entanto, é que ocorreu na Sibéria, uma enorme região da Rússia, quase inabitada, e com ainda menos gente naquela época. 

O incidente ficou conhecido como Evento de Tunguska. Sua explosão, com a fragmentação, foi equivalente a 185 bombas de Hiroshima. Imagine só o que faria um impacto destes em uma região habitada.

Pelo menos sabemos detectá-los, não? Bom, nem sempre. Esse asteroide que passou pela Terra no final de semana só foi detectado seis horas após o raspão. Nesse caso, há um desconto, por seu tamanho.

E não só incidentes antigos podem ocorrer. Em 2013, o asteroide de Chelyabinsk atingiu novamente a Rússia, mas acima da cidade que leva o mesmo nome. O asteroide causou uma grande explosão, e destruiu muitas janelas e telhados destruídos, além de ferir 1.200 pessoas.

Em 2019, os cientistas descobriram o asteroide 2019 OK. Relativamente grande, medindo entre 57 e 130 metros de diâmetro. Isso é bom, né? O único problema, é ele foi descoberto quando já estava a poucas horas da Terra.

Igualmente, ele passou a uma distância cinco vezes mais próxima da Terra do que a Lua – 73 mil quilômetros de distância. É o dobro da distância dos satélites geoestacionários. É, ainda, uma distância muito próxima.

Imagine só quantos asteroides gigantes quase nos atingiram e nós nem ao menos os identificamos. Mesmo com tanta tecnologia, e conhecendo tanto do espaço, ainda somos pegos de surpresa em nosso quintal. Não somos tão avançados tecnologicamente quanto pensamos.

Com informações de NASA.

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