Cientistas criam um novo método para se controlar melhor e entender quem possa ter bombas nucleares, e como está utilizando. o método detecta teste nucleares subterrâneos com 99% de precisão.
A criação do novo método parte de pesquisadores da Universidade Nacional Australiana (ANU).
As armas nucleares surgiram a partir da Segunda Guerra Mundial, e desde que foram criadas, elas funcionam, principalmente, pelo efeito do medo. O medo que que a Alemanha nazista estivesse construindo uma bomba atômica criou uma força tarefa de cientistas de todo o mundo nos EUA para desenvolver a bomba atômica antes.
Após o lançamento das bombas em Hiroshima e Nagasaki, em 1945, o medo foi disseminado entre todas as pessoas. Hoje, não há uma pessoa que não tenha medo de um possível uso dessas bombas.
Assim, ter uma bomba atômica se tornou uma questão de segurança para as nações mais poderosas. Ninguém ataca ninguém com uma bomba nuclear pelo medo de retaliação, já que os efeitos dessas bombas são catastróficos, e uma guerra nuclear poderia, facilmente, ser o decreto do fim do mundo como conhecemos.
Dado o perigo desse tipo de armamento, que atingiu um estoque absurdo durante o auge da Guerra Fria – o momento de maior tensão entre EUA e União Soviética, começaram os projetos que deram origem ao Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, do qual o Brasil tem adesão desde 1998.
Assim, os países que aderiram a esse tratado, podem utilizar a tecnologia nuclear para fins pacíficos.
Entretanto, algumas ditaturas, como Coreia do Norte e Irã veem, na utilização de armas nucleares, uma maneira de reiterar seu poder no meio internacional. Enquanto EUA e Rússia, que não assinaram o Tratado de não proliferação de armas nucleares, se comprometeram em diminuir seus estoques nucleares, ditaduras como as citadas almejam aumentar seus estoques e capacidades.
Por ser um motivo ode sansões internacionais e espionagens, muitos países, então, iniciam seu desenvolvimento de armas nucleares em segredo, de uma maneira praticamente clandestina.
Isso gera um grande risco, pois uma arma dessas nas mãos erradas pode ser utilizada por motivos extremamente banais, podendo gerar um grande desastre.
Método detecta teste nucleares subterrâneos com 99% de precisão
Uma das formas que mais são utilizadas para se testar armas nucleares é no subsolo, pois evita a precipitação radioativa, não colocando populações próximas em perigo.
Durante o século XX, países como EUA, França e Reino Unido, realizaram inúmeros testes nucleares em ilhas do Oceano Pacífico – centenas deles. O material desses testes contaminou peixes que foram consumidos por pessoas, e comunidades de pescadores japoneses.
Há décadas, então, pesquisadores utilizam sismógrafos para identificar testes nucleares. Logo, eles aprenderam a diferenciar terremotos e explosões nucleares.
Entretanto, o método que estava sendo utilizado não era tão exato. Em 2017, um teste nuclear subterrâneo feito pela Coreia do Norte não foi identificado. Assim, diversos pesquisadores se debruçaram para tentar ser mais exatos nisso.
Agora, um novo método detecta teste nucleares subterrâneos com 99% de precisão
“Os testes nucleares nos EUA foram realizados em grande parte em Nevada – no deserto – e há um registro sísmico completo de todos esses testes, então fornece um conjunto de dados realmente útil”, disse em um comunicado de imprensa Dr. Mark Hoggard, da ANU.
“Usando alguma matemática revisada e tratamento estatístico mais avançado, conseguimos melhorar a taxa de sucesso da classificação de 82% para 99% para uma série de 140 explosões conhecidas dos EUA”, disse Hoggard.
Então, não é necessário gastar mais dinheiro com monitoramento via satélites, ou criar novas tecnologias. Os pesquisadores simplesmente criaram um algoritmo mais eficiente, que pode ser aplicado simplesmente com dados sísmicos dos equipamentos que já existem pelo mundo, com uma taxa de sucesso de praticamente 100%.
“Nosso novo método também identifica com sucesso todos os seis testes realizados na Coreia do Norte de 2006 a 2017”, acrescenta o pesquisador.
Os métodos e resultados foram publicados em um artigo no periódico Geophysical Journal International.