O Tiranossauro rex já abalou o cinema na trilogia Jurassic Park, além de ser o dinossauro mais famoso e reconhecível. Mas, o T. rex agitou a paleontologia, uma vez que este animal pode ser, na verdade, três espécies diferentes. Um novo estudo, publicado na Evolutionary Biology, propôs a seguinte divisão: T. rex, T. regina e T. imperator.
“Este artigo provavelmente vai abalar a comunidade paleo e o público que está tão acostumado com o bom e velho T. rex“, explicou Gregory Paul, um dos autores do artigo.
Atualmente, o T. rex é a única espécie do gênero Tyrannosaurus, mas os autores do estudo dizem que isso se deve apenas à falta de pesquisas com espécimes suficientes.
Como o T. rex agitou a paleontologia?
A curiosidade começou quando os autores perceberam que várias espécimes diferentes, em robustez esquelética e formato dos dentes, foram atribuídas unicamente ao T. rex.
Primeiramente, a metodologia consistiu na análise de 37 espécimes e na análise de variações no tamanho de alguns ossos e na odontologia. Além disso, também avaliaram as camadas de terra em que esses fósseis estiveram no passado.
Por fim, os autores sugeriram uma separação: o T. imperator, uma espécie encontrada nas camadas mais inferiores do solo, o conhecido T. rex e a T. regina com ossos pequenos.
De acordo com o artigo, provavelmente haviam formas mais “gráceis”, ou seja, com uma estrutura óssea mais leves. E alguns animais tinham apenas um dente incisiforme de cada lado da mandíbula, enquanto outros com dois desses dentes.
Vale ressaltar que os autores não conseguiram separar as espécies a partir de vários crânios, apenas de fragmentos de outras partes ósseas. Sendo assim, Paul argumentou em entrevistas após a publicação: “Estou ciente de que pode haver muitas pessoas que não ficarão felizes com isso. E minha resposta a eles é: publique uma refutação.”
As controvérsias do estudo
Certamente o T. rex agitou a paleontologia, uma vez que outros paleontólogos não concordaram com essa nova hipótese. “São apenas tons de cinza e formas nas nuvens – não há nenhuma validade aqui”, comentou Thomas Carr, membro da Carthage College em Wisconsin.
Segundo ele, as sugestões apontadas no artigo da Evolutionary Biology apenas mostra diferença sutirs entre as espécimes analisadas, por isso, podem ser apenas variações entre os indivíduos. Inclusive, esse pesquisador estudou anteriormente variações em 1.850 características diferentes em espécimes de T. rex e não encontrou evidências de que as espécies deveriam ser divididas.
Outro estudioso da área, Rafael Delcourt, pesquisador de pós-doutorado na USP de Ribeirão Preto, as análises são muito interessantes e estimula mais pesquisas para o nicho ecológico dos tiranossauros. No entanto, ainda é necessário avaliar o caso com mais robustez, ao invés de analisar apenas fêmur e dentição.