Nova espécie de réptil sem patas, semelhante a uma “minhoca gigante”, é descoberta no Brasil

Redação SoCientífica
Imagem: Ribeiro et al./ZooKeys

Cientistas brasileiros identificaram uma nova espécie de réptil sem patas na Serra do Espinhaço, na Bahia. A descoberta revela a Amphisbaena amethysta, um animal que se assemelha a uma “minhoca gigante” e pertence ao grupo das anfisbenas.

A nova espécie foi encontrada durante um trabalho de proteção à fauna realizado pela empresa Bamin (Bahia Mineração) na região de Caetité, Bahia. O estudo detalhado sobre a Amphisbaena amethysta foi publicado no dia 2 de outubro na revista ZooKeys, apresentando as características únicas desse réptil.

Características distintivas da Amphisbaena amethysta

A Amphisbaena amethysta é um réptil de tamanho médio, atingindo até 26 cm de comprimento. O animal se distingue de outras espécies do mesmo gênero por uma combinação de características, incluindo:

  1. Focinho convexo em vista de perfil, ligeiramente comprimido e não quilhado
  2. Escamas peitorais dispostas em anéis regulares
  3. Quatro poros pré-cloacais
  4. Escudos cefálicos distintos
  5. 185-199 meio-anéis dorsais
  6. 13-16 anéis caudais
  7. Local autotômico conspícuo entre o 4º e 6º anéis caudais
  8. 16-21 segmentos dorsais e ventrais no meio do corpo
  9. 3/3 supralabiais e 3/3 infralabiais
  10. Ponta da cauda lisa e arredondada
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Imagem: Ribeiro et al./ZooKeys

Habitat e comportamento

A Amphisbaena amethysta recebeu seu nome em homenagem a Brejinho das Ametistas, uma área localizada entre a Caatinga e o Cerrado, conhecida por sua grande biodiversidade. O animal passa a maior parte do tempo em túneis subterrâneos, alimentando-se de pequenos insetos que caem nessas estruturas.

Apesar de possuir dentes afiados e ser capaz de morder, a espécie não é peçonhenta. Sua descoberta representa uma diversidade ecológica maior do que se imaginava na fauna da Serra do Espinhaço.

“A identificação de uma nova espécie indica que a fauna fossorial, assim como a de outros grupos, na região da Serra do Espinhaço está longe de ser completamente conhecida e que pode abrigar uma diversidade muito maior de táxons endêmicos do que se percebeu até agora”, disseram os pesquisadores.

Importância da descoberta para a biodiversidade

A identificação desta nova espécie sugere que a fauna fossorial da Serra do Espinhaço ainda é pouco conhecida. Os cientistas acreditam que a região pode abrigar uma diversidade muito maior de táxons endêmicos, não apenas de anfisbenas, mas também de outros grupos de animais.

A descoberta da Amphisbaena amethysta destaca a importância da preservação dos ecossistemas da Serra do Espinhaço e a necessidade de mais estudos para compreender melhor a biodiversidade da região. Além disso, ressalta o papel crucial das pesquisas científicas na identificação e proteção de novas espécies.

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