Logo após o Big Bang, o universo não possuía planetas, estrelas. Ele era extremamente quente e denso, irreconhecível. Um universo bastante pequeno com a mesma quantidade de matéria e energia que possuímos hoje, no nosso.
Esse sistema era extremo demais para que a matéria fosse mais do que algumas partículas subatômicas – até mesmo alguns tipos de forças fundamentais eram fundidas.
Conforme o universo foi se expandindo, essas condições passaram a ficar menos extremas, e o universo começou a ganhar uma cara diferente.
As partículas começaram a se juntar, e em algum momento, a existência de um átomo já era possível. Após alguns milhões de anos de existência do universo, estrelas começaram a se formar.
Acreditávamos que essas primeiras estrelas, chamadas de estrelas de população III, se formaram cerca de 500 milhões de anos após o Big Bang.
É é isso que uma equipe de astrônomos, liderados por Rachana Bhatawdekar, da Agência Espacial Europeia (ESA) resolveram estudar – as primeiras estrelas a surgirem no universo.
Quando surgiram as primeiras estrelas?
As estrelas são como uma fábrica: para ela produzir energia, funde átomos que surgiram espontaneamente: hidrogênio, hélio e lítio, os átomos mais simples da natureza.
Quando esses átomos são fundidos pela pressão no núcleo estelar, eles liberam energia e se juntam, formando outros elementos de número atômico maior. Portanto, em algum momento, no início, as estrelas eram feitas apenas desses três elementos.
Como a luz, assim como tudo, possui uma velocidade limitada, olhando para muito longe, podemos ver o passado: e o telescópio espacial Hubble possui essa capacidade.
Então, eles buscaram essas estrelas primitivas em um período entre 500 milhões e 1 bilhão de anos após o Big Bang (o universo possui 13,8 bilhões de anos de idade).
Esse era o período onde acreditávamos que se formaram as primeiras estrelas. No entanto, os pesquisadores encontraram apenas estrelas com mais elementos. As estrelas de população III não estavam naquele local.
“Esses resultados têm profundas consequências astrofísicas, pois mostram que as galáxias devem ter se formado muito antes do que pensávamos”, disse Bhatawdekar.
O problema de isso ter ocorrido antes dos 500 milhões de anos de existência, é que é um tempo distante demais para conseguirmos enxergar. O Hubble não consegue viajar para um passado tão distante.
Segundo o portal de imprensa da NASA, isso poderia ser possível com o Telescópio Espacial James Webb, o sucessor do Hubble, que enfrenta vários adiamentos e possui um lançamento previsto para 2021.
O estudo será publicado no periódico inglês Monthly Notices of the Royal Astronomical Society e também será apresentado na 236ª reunião da American Astronomical Society.