NASA lança Artemis 1, o foguete mais poderoso já feito, para a Lua

Daniela Marinho
Lançamento Artemis 1 - Foto: NASA/Bill Ingalls

Não é de hoje que o fascínio pelo universo e suas eventuais revelações fazem com que os humanos elaborem meios de explorar para além dos limites da Terra. Recentemente, a NASA lançou para a Lua o foguete mais poderoso já construído, o Artemis 1. O feito visa colocar de volta e posteriormente, humanos no satélite natural terrestre pela primeira vez em 50 anos.

Além disso, é indiscutível que a complexa missão representa uma exploração muito mais significativa da Lua, bem como um manancial de evidências para a ciência. Isso porque entre os objetivos, a NASA quer focar na compreensão dos processos planetários em mundos sem ar, caracterizando gelos lunares e se eles podem ser usados ​​como recursos para missões humanas. A Lua será, desse modo, usada como base para ver o universo e realizar observações astronômicas sem precedentes, como assinala o Portal Space.

Artemis 1 é finalmente lançado para a Lua

A priori, o enorme foguete do Sistema de Lançamento Espacial (SLS) deveria ter decolado no dia 29 de agosto, depois em 3 de setembro e mais uma vez em 27 de setembro. No entanto, todas as vezes a agência enfrentou imprevistos que interromperam o lançamento.

Na última quarta-feira (16), o foguete Artemis 1, de 98 metros de altura, finalmente decolou de sua plataforma de lançamento na Flórida, embarcando na primeira das duas jornadas de teste, após quatro tentativas.

Composto de 30 andares, o foguete mais potente já feito até hoje, custou US $ 20 bilhões. A cápsula Orion, com capacidade para seis pessoas, fica no topo do “mega foguete lunar”. Para alçar voo às 1:47 da madrugada, da plataforma de lançamento 39B no Centro Espacial Kennedy da NASA, o poderoso Artemis 1 precisou de um empuxo de 3,9 milhões de quilos, embarcando em uma viagem inaugural de 30 dias e 2,1 milhões de quilômetros para a Lua — ida e volta.

Missões

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Complexo de Lançamento 39B no Centro Espacial Kennedy da NASA na Flórida em 14 de junho de 2022. Foto: NASA/Bill Ingalls

O objetivo geral de toda essa empreitada é estabelecer uma base na Lua com humanos, ao invés de robôs. O voo do Artemis 1 é a primeira de três missões que serão testes vitais para o hardware, software e sistemas terrestres na elaboração da base e, no sentido mais amplo e ambicioso, no transporte de humanos até Marte.

Este primeiro voo de teste faz parte do programa Artemis, e será seguido pelo Artemis 2 e Artemis 3 em 2024 e 2025/2026, respectivamente. O Artemis 2, por sua vez, fará a mesma viagem que o Artemis 1, mas com uma tripulação humana de quatro pessoas. Por fim, o Artemis 3 enviará a primeira mulher e a primeira pessoa negra a pisar na superfície da Lua, mais precisamente no polo sul.

A bordo do Orion estão três manequins que a NASA usará para testar os níveis de radiação e calor durante o voo. Além deles, há um brinquedo macio do Snoopy que flutua na cápsula para indicar a gravidade. Dessa forma, Orion fará dois sobrevoos da Lua a uma altitude de 100 km acima da superfície lunar, chegando a 64 mil km além da lua antes de retornar à Terra.

Custos

Embora extraordinária, a missão tem sido uma aposta de sucesso pela NASA, visto seu alto custo. Tendo até agora custado mais de US$ 40 bilhões para ser desenvolvido, o programa deve reduzir os contribuintes dos EUA em US$ 93 bilhões até o final de 2025, de acordo com o escritório do inspetor-geral da NASA, Paul Martin, auditor interno da agência espacial.

De acordo com Martin, “Dada a nossa estimativa de um custo de US$ 4,1 bilhões por lançamento do sistema SLS/Orion para pelo menos as primeiras quatro missões Artemis, a NASA deve acelerar seus esforços para identificar maneiras de tornar seus programas relacionados ao Artemis mais acessíveis”.

Em corroboração, a NASA insiste que o programa vale a pena devido a inovação tecnológica e ao avanço na história da exploração humana: “Desta vez, não vamos apenas pousar na Lua e partir depois de algumas horas ou alguns dias – vamos voltar para aprender, viver, trabalhar, explorar, determinar se há água, portanto, no polo sul [da Lua] isso significaria que temos combustível de foguete, temos um posto de gasolina lá em cima”, disse o administrador da NASA, Bill Nelson.

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