O universo, se não infinito, tende ao infinito. Há uma variedade muito grande de corpos celestes e fenômenos que ocorrem por aí. É um verdadeiro festival de cores e luzes, muitas das quais, em frequência que nem mesmo enxergamos. Mas por que não há estrelas verdes? Note que há estrelas brancas, amarelas, laranjas, vermelhas e azuis, e dentre todas essas cores, há inúmeros tons diferentes, quando olhamos a olho nu, e também por meio de câmeras e telescópios. Mas nenhuma é verde.
As cores das estrelas
Para entendermos por que não há estrelas verdes, precisamos, antes discutirmos um pouco sobre as cores das estrelas, e como cada cor surge nesses astros ou no caminho da luz até os seus olhos, aqui na superfície da Terra.
Uma tinta de parede, por exemplo, possui em sua composição compostos químicos com diversos fins diferentes – alguns são utilizados para “dar uma liga”, aquela viscosidade da tinta antes de ser diluída, alguns produtos químicos possuem a função de proteção daquela tinta, para que o intemperismo (chuva, ventos, etc) não a desgastem rapidamente, algumas tem algum composto que as confere uma proteção térmica; dependendo da tinta, há também a característica da impermeabilidade. Mas o ponto aqui é a cor. A cor de quase tudo é dada por sua composição química. Algo na tinta é encarregado de refletir apenas algumas ondas de luz que as conferem alguma cor específica.
No entanto, no caso das estrelas é um pouco diferente. A estrela não reflete luz alguma, mas emite. A cor da estrela depende da temperatura. É claro que a composição química possui, de alguma maneira, relação com sua cor, mas é uma relação indireta. A composição é um dos elementos que diz a idade da estrela, e essa é uma das características que refletem na cor dela, mas não é a maior atribuição.
A cor das estrelas, na verdade, é ditada pela temperatura delas. A Imagem acima apresenta uma escala de cores e de temperatura, em Kelvin.
Agora veja a imagem abaixo. Note que quanto mais próximo do vermelho, maior o comprimento de onda. Quando mais próximo do violeta, menor o comprimento de onda. Recentemente, falamos sobre a camada de ozônio. Se você leu o texto, viu que quanto menor o comprimento de onda, maior a energia, pois o comprimento é onda é inversamente proporcional à frequência.
Posto isto, se a temperatura é maior, as ondas emitidas por aquelas estelas são mais energéticas e, portanto, possuem um comprimento de onda menor. Então, quanto mais fria a estrela, mais próxima do vermelho ela é, e quanto mais quente, mais próxima do azul. Essas cores sofrem, também, influência da atmosfera. Até a luz atravessar toda a atmosfera, ela é um pouco distorcida, variando levemente o tom da cor.
Por que não existem estrelas verdes?
Você deve ter notado que no caminho entre o vermelho e o azul está o verde. Por que, então, uma temperatura intermediária não fornece uma luz verde?
Na verdade, se você decompor as luzes emitidas por uma estrela, verá a luz verde entre elas. As estrelas não emitem um único comprimento de onda, mas há um principal – o pico dela. O pico do Sol é sim uma luz esverdeada. Mas ele também libera luzes de outros espectros. Se víssemos somente o pico, veríamos o Sol e estrelas de sua categoria sim esverdeados. No entanto, com a mistura de luzes de diferentes espectros – vermelho, azul, amarelo, verde, temos uma cor branca, por isso há essa grande categoria mais esbranquiçada entre o vermelho e o azul.
Se o objeto emitir unicamente a luz verde, o vemos verde. No entanto, em uma mistura de diversos comprimentos de onda, há uma grande possibilidade de elas se fundirem todas em um tom esbranquiçado, e é por isso que não há estrelas verdes.