Desde o ano de 1973, pesquisadores já haviam dado como extinto uma espécie de mini elefante. No entanto, durante uma expedição no Sudeste Africano, um musaranho-elefante é reencontrado na natureza.
Um animal de pequeno porte, com olhos enormes para o seu tamanho, com um pequeno tufo de pelos em sua cauda e um nariz comprido. Foi esse pequeno mamífero que gerou uma onda de felicidade entre os zoólogos.
Dado como extinto, Musaranho-elefante é reencontrado na natureza
Apesar de ter sido classificado com o nome de um animal de grande porte como o elefante, o musaranho é extremamente pequeno. Este pequeno mamífero é chamado cientificamente como Elephantulus revoilii. Mas, também podem ser conhecidos por seu outro nome, sengi somali. Ele é parente dos elefantes, peixe-boi e porcos-da-terra, mesmo que sua aparência seja completamente diferente dos seus semelhantes evolutivos.
A redescoberta aconteceu em Djibouti, um país africano que é caracterizado por suas terras rochosas e irregulares. O sengi foi atraído pelo aroma liberado por uma manteiga de amendoim. Após quase meio século, o sengi reapareceu para buscar sua comida e assim, a ciência pôde ter mais alguns exemplares capturados para evitar sua extinção verdadeira.
Como já fazia bastante tempo desde a sua última aparição, poucas informações sobre o sengi são conhecidas. No entanto, segundo um comunicado feito pela Global Wildlife Conservation, existem cerca de 39 espécies desse animal coletadas anteriormente e que foram usadas para estudo. Agora, com esses novos exemplares achados, é provável que novos estudos sobre os sengis surjam em breve.
Para Houssein Rayaleh, coautor da pesquisa, “para nós que vivemos em Djibouti e, por extensão, no Chifre da África, nunca consideramos os sengis como ‘perdidos’, mas esta nova pesquisa traz os sengi somalis de volta à comunidade científica, que valorizamos”. Assim, o comunicado veio relatar que o Musaranho-elefante é reencontrado na natureza com a ajuda dos cidadãos locais da Somália, que viam o animal regularmente.
A importância dos sengis dentro da biodiversidade
Por se tratar de um lugar com diversos pontos de abrigos para esse animal de pequeno porte, os pesquisadores tiveram que fazer algumas avaliações dos locais e decidir onde seriam plantadas as armadilhas. Assim, onde era considerado um local em potencial, foi colocada a armadilha. No total, foram escolhidos 12 pontos estratégicos no qual possuíam 1.259 distribuídas entre si.
No final, foram capturados 12 exemplares de sengis somalis, no qual foram diferenciados uma espécie da outra, devido a presença do pequeno amontoado de pelos em sua cauda. Segundo o relato de Rayaleh, “para Djibouti, esta é uma história importante que destaca a grande biodiversidade do país e da região e mostra que existem oportunidades para novas ciências e pesquisas aqui”.
Os 12 indivíduos foram achados dentre a vegetação formada por pequenos arbustos e chão rochoso. Basicamente, esses locais não havia tanto a interferência dos humanos, sendo um ótimo abrigo para os sengis. Assim, de acordo com o comunicado, agora que mais indivíduos dessa espécie foram encontrados fora da Somália, o alerta de ameaça pode ser retirado da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN.
Segundo Robin Moore, do programa Search for Lost Species, “quando redescobrimos espécies perdidas, encontramos apenas um ou dois indivíduos e temos que agir rapidamente para tentar evitar sua extinção iminente. Esta é uma redescoberta bem-vinda e maravilhosa durante uma época de turbulência para o nosso planeta, e que nos enche de esperança renovada para as espécies de pequenos mamíferos restantes em nossa lista de mais procurados”. Assim, o Musaranho-elefante é reencontrado na natureza e pode ter sua espécie preservada por longos anos.
O artigo publicado na PeerJ. Com informações da Live Science.