Os pesquisadores encontraram vestígios de fluidos corporais, bem como leite e outros materiais associados à gravidez, em um pergaminho de 3 metros de comprimento. Tudo indica que a mulher medieval usava-o como talismã ou artefato religioso para proteger a si mesma e seu bebê em gestação.
Isso porque dar à luz durante a Idade Medieval era uma tarefa assustadora, sem a medicina moderna contra doenças infecciosas e outras complicações. Assim, mães e crianças enfrentavam altas taxas de mortalidade.
Pergaminho era artefato religioso
Agora, relata Natalie Grover para o Guardian, uma equipe liderada por Sarah Fiddyment da Universidade de Cambridge e o Institute McDonald para Investigação Arqueológica encontrou provas confirmando uma teoria de longa data: a mulher medieval contava com ‘cintas de parto’, ou longos rolos de pergaminho, não apenas durante a gravidez, mas também durante o parto.
Como os pesquisadores escreveram na revista Royal Society Open Science, fluidos corporais recuperados de uma cinta do final do século 15 ou início do século 16, feita de quatro pedaços de pergaminho de pele de carneiro, são a chave para o estudo.
Alojado na Wellcome Collection, com sede em Londres, o artefato apresenta muitos símbolos religiosos, incluindo uma cruz e invocações com inscrições, observa a Agence France-Presse (AFP). Ele mede quase 10 centímetros de largura e 3 metros de comprimento.
Fiddyment disse em um comunicado que “esta cinta é especialmente interessante porque tem evidências visuais de ter sido usada e desgastada, já que algumas das imagens e escritos foram gastos com o uso e tem muitas manchas.”
A teoria dos especialistas é do uso do acessório na mulher medieval em volta do útero durante o trabalho de parto como medida de proteção física e espiritual da gestante, devido a dimensão do objeto (longo e estreito).