Mistério: filhote de tubarão nasce em um tanque com apenas fêmeas

Jamille Rabelo
Gray Smoothhound Shark, Mustelus californicus, San Felipe, Sea of Cortez, Baja, Mexico.

O tubarão da espécie cação-liso nasceu em um tanque com duas fêmeas no Aquário Cala Gonone, na Itália. Nenhum outro macho jamais esteve presente dentro do tanque, de acordo com os funcionários do aquário.

Os especialistas acreditam que este poderia ser o primeiro caso de reprodução assexuada na espécie. Ou seja, reprodução que um filhote nasce de um único progenitor, sem fertilização.

Quando isto acontece, a descendência é um clone da mãe, uma vez que são geneticamente idênticos.

Se os testes de DNA mostrarem que o filhote é geneticamente idêntico a uma das fêmeas, então será o primeiro caso observado de reprodução assexuada em tubarões da espécie cação-liso.

Como o caso raro ocorreu?

O filhote raro nasceu de uma das duas fêmeas que passaram uma década no tanque do Aquário Cala Gonone, na Sardenha, Itália, sem a presença de um único macho.

Os funcionários do aquário nomearam o filhote, que é fêmea, de “Ispera”.

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Estima-se que o filhote seja o resultado de partenogênese, em que o material genético de uma determinada célula da mãe é capaz de fertilizar um ovo para formar um embrião.

A reprodução assexuada pode ser favorecida por certas espécies de tubarões que vivem em populações de baixa densidade, particularmente quando as fêmeas têm poucas chances de encontrar um macho para acasalar.

A partenogênese é um processo que forma essencialmente clones do progenitor, uma vez que o embrião recebe material genético de apenas um indivíduo.

A espera pela confirmação

A equipe do aquário enviou duas amostras de DNA das duas fêmeas de tubarão para um laboratório especializado. Esta é a única forma de confirmar a hipótese.

Infelizmente, devido à pandemia de COVID-19, as análises de DNA que não sejam urgentes estão em espera na Itália.

Normalmente, a partenogênese ocorre em plantas inferiores e animais invertebrados como formigas, vespas ou abelhas. Contudo, também tem sido notado em algumas espécies como répteis, peixes e até mesmo aves, que normalmente se reproduziriam sexualmente.

Provar que este tipo de reprodução também é possível entre os tubarões da espécie cação-liso seria um avanço científico significativo.

Especialistas dizem que este caso poderia abrir o caminho para o estudo se a partenogênese é um processo natural utilizado por este tipo de animal marinho.

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