A descoberta da cratera de meteorito de 100 milhões de anos ocorreu na Austrália. Para se ter uma ideia de sua idade, há cem milhões de anos os dinossauros ainda vagavam pela Terra, e levaria alguns milhões de anos para a sua extinção.
A Ora Banda Impact Crater, localizada próxima à cidade de mesmo nome, no oeste da Austrália, possui 5 quilômetros de diâmetro. Isso é um tamanho consideravelmente grande.
Apesar de o termo meteorito lembrar de algo pequeno, ele faz referência, na verdade, simplesmente a um objeto espacial que tocou o solo, independente de seu tamanho.
Nesse caso, estima-se que o meteorito possui um tamanho de 200 metros de largura. Isso equivale a aproximadamente o dobro do comprimento de um campo de futebol.
Vale lembrar que esse é o tamanho do objeto que conseguiu tocar o solo. Durante a queda, ele queima e libera fragmentos. Em outras palavras, o asteroide era muito maior antes de entrar na atmosfera.
Como se encontra uma cratera de meteorito?
Quando a equipe de mineração notou que havia algo estranho por ali, eles rapidamente chamaram o geólogo e geofísico Dr. Jayson Meyers, que notou que havia algo de especial ali.
A cratera já é muito antiga, e desde que foi formada, sedimentos caíram e a cobriram. Portanto, ela já não estava mais exposta, e esse é o motivo pelo qual ninguém a descobriu antes.
“Eles [a equipe do Evolution] me fizeram ir ao local porque já havia alguém suspeitando que isso pudesse ser uma cratera de meteorito”, explica Meyers ao portal Resourc.ly
“Quando cheguei lá e comecei a olhar para o núcleo de perfuração que coleta amostras de rochas das laterais da cratera, havia texturas de rocha, como ‘cones de estilhaçamento‘”, diz o geofísico.
Ele explica que essas características “só poderiam ter vindo de um impacto de asteroide ou de um local de explosão nuclear. E sabemos que eles não fizeram nenhum teste nuclear em Ora Banda”.
Os cones de estilhaçamento são essas estrias que formam-se nos objetos quando caem do espaço. Eles são formados com as ondas de choque de alta pressão que são causadas durante explosões nucleares e quedas de meteoritos.
Na imagem abaixo é possível observá-los, próximos à régua. Essa é uma rocha de basalto em Domo de Vargeão, no estado de Santa Catarina, em 2003. Um meteorito caiu ali por perto em algum momento passado.
Próximas análises
Agora, portanto, alguns cientistas irão olhar microscopicamente para a cratera para realizar a datação exata. Embora tenham chutado uma média de 100 milhões de anos, Meyers diz que pode variar entre 40 e 250 milhões de anos.
Para isso, eles analisarão principalmente os minerais que foram vaporizados pela explosão. “A energia liberada quando o asteróide impactou teria sido maior do que a energia combinada de todos os testes atômicos já realizados”, diz Meyers.
“Encontrar algo assim deve ser mais um passo para ajudar a entender com que frequência esses asteroides atingem a Terra. Como população mundial, acho que provavelmente precisamos ser mais unidos e vigilantes sobre essas coisas”.