Meteoro que extinguiu os dinossauros atingiu o planeta no ângulo mais mortal

Felipe Miranda
(Créditos da imagem: Getty Images)

Um impacto de um meteoro há 65 milhões de anos foi o estopim para o fim dos dinossauros e outros muitos animais. A cratera de Chicxulub, no atual México, é tão grande que pode ser vista do espaço – ela possui cerca de 200 km de largura.

Esse foi o fim da era Mesozóica. 

O fim dos dinossauros é, com certeza, a extinção em massa mais famosa entre as pessoas, e muitas crianças cresceram sonhando com Jurassic Park.

Sabíamos da violência do impacto, mas agora, uma nova pesquisa indica que possivelmente o meteoro atingiu a Terra no pior ângulo possível.

Os dinossauros surgiram há cerca de 233 milhões de anos, e devem ter dominado a Terra durante um longo reinado de 167 milhões de anos, do Triássico ao Cretáceo.

No entanto, já não era mais uma época de ouro para os dinossauros; isso já havia passado. A poeira e os gases que o impacto causou foram apenas o estopim. Não foi o impacto em si que os matou, mas toda a mudança climática que o planeta enfrentou, em um processo bastante longo. A luz do Sol mal conseguia chegar à superfície.

Não só os dinossauros foram extintos nesse evento. Os animais de tamanhos grandes, no geral, também sofreram muito, pela escassez de recursos.

Calcula-se que até 75% da vida que existia no planeta foi extinta nesse processo. Apenas alguns dinossauros e parentes voadores sobreviveram, e são ancestrais das aves de hoje, como se sabe por algumas características morfológicas.

A nova pesquisa, publicada na Nature Communications, revela que a situação foi pior do que imaginamos. Cientistas descobriram que o meteoro entrou na atmosfera em um ângulo mortal, liberando ainda mais poeira e gases do que se imaginava.

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A formação da cratera Chicxulub devido ao impacto do meteoro em 60 graus. (Imagem: Gareth Collins/Imperial College London)

Recriação do impacto do meteoro

Os cientistas, por meio de um modelo computacional, tentaram recriar toda a história, desde que era um asteroide, até o choque com a atmosfera, tornando-se um meteoro, e a formação da cratera.

O tal ângulo mortal é de cerca de 60°. Ele pode ter lançado até 3 vezes mais enxofre e CO2 do que os outros ângulos rodados na simulação. E isso não é apenas um chute. Calcular esse ângulo exigiu uma minuciosa análise da cratera, para modelá-la e verificar a direção e o ângulo do choque. A partir daí, eles tentaram, computacionalmente, voltar no tempo, e recriar todo o histórico desse objeto.

Pela cratera, calcula-se que o asteroide possuía cerca de 17 km de diâmetro e chegou na Terra a uma velocidade de 43 mil quilômetros por hora.

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