Maconha e incensos foram encontrados em um templo da era bíblica em Tel Arad, no vale de Beer-sheba, Israel. Segundo escreveram os pesquisadores em um artigo publicado na revista Tel Aviv, os itens tinham fins ritualísticos.
Escavações anteriores revelaram duas fortalezas sobrepostas, datadas do século VI AEC, que guardavam a fronteira sul da Judá bíblica. Dentre as descobertas estava um santuário bem preservado, datado de 750 a 715 AEC.
O templo da era bíblica
O santuário é composto por dois altares de pedra calcária na entrada que, segundo os pesquisadores, tinha um papel importante nas práticas de culto do santuário. Um material orgânico solidificado negro foi preservado nas superfícies dos altares.
Análises posteriores mostraram que em um dos altares, o menor, o material era uma mistura de cannabis com esterco animal. Já o material encontrado no altar maior era composto por incenso e gordura animal.
Essas descobertas únicas lançam uma nova luz sobre as práticas de culto na Judá bíblica, sugerindo que a maconha foi usada aqui como um psicoativo deliberado, para estimular o ecstasy como parte das cerimônias cultuais.
LEIA TAMBÉM: Câmaras secretas descobertas abaixo do Muro das Lamentações em Israel
Segundo os autores esta é a primeira vez que a maconha é identificada no antigo Oriente e seu uso no santuário deve ter “desempenhado um papel central nos rituais cultuais realizados lá.
Judá no comércio do sul da Arábia
Os pesquisadores suspeitas a cannabis foi cultivadas longe de Israel, no que é hoje a China ou no sudeste da Rússia. O conhecimento da maconha, provavelmente se espalhou do leste e do centro da Ásia para a Europa nas primeiras rotas comerciais da Rota da Seda.
O incenso encontrado no templo é originário da Arábia. A presença de incenso no santuário indica a participação de Judá no comércio do sul da Arábia, mesmo antes do patrocínio e encorajamento do império assírio.
Esta é a evidência mais antiga de incenso em um contexto ritualístico. O incenso é mencionado como um componente do incenso que foi queimado no templo de Jerusalém por seu aroma agradável.
O estudo foi publicado na revista Tel Aviv, clique aqui para acessá-lo na íntegra.