Inteligência artificial aprimora filmagens das missões Apollo

Felipe Miranda
Buzz Aldrin, na Apollo 11. (Créditos da imagem: NASA).

Todos nós conhecemos as primeiras imagens do homem na Lua. Embora as fotos sejam boas, a qualidade dos vídeos não é tão boa assim. Agora, uma inteligência artificial aprimorou imagens do pouso na Lua.

A qualidade da época não é muito boa mesmo – lembremos que a primeira ida do homem à Lua foi em 1969. A NASA tentou restaurar as imagens, as fotos são bem mais simples de se fazer isso do que nos vídeos, entretanto, que ficam granulados.

Inteligências artificiais, entretanto, possuem uma grande capacidade de cruzamento de dados e de aprendizado. É por meio delas, por exemplo, que se cria deepfakes, como o recente deepfake extremamente realista do Richard Nixon abaixo, que demonstrou o perigo da tecnologia, apesar das vantagens.

Dentre as vantagens do uso da Inteligência Artificial estão o cinema, na construção de personagens em live action cada vez mais realistas, como o Freddie Mercury no filme Bohemian Rhapsody, ou esse vídeo da NASA, restaurado pela IA.

As imagens do pouso na Lua restauradas

As restaurações dos clipes das diversas missões Apollo foram criadas pelo DutchSteamMachine, um especialista em realizar esse tipo de restauração com inteligências artificiais. 

Além da melhoria na resolução e nitidez da imagem, ele conseguiu aumentar a taxa de quadros. Na época, eram 12 quadros por segundo. Nesses novos vídeos esse valor é de 60 fps.

O vídeo abaixo é uma restauração de uma filmagem da Apollo 16, missão que ocorreu no ano de 1972. O jipe lunar levava os astronautas Charlie Duke e John Young pela superfície da Lua.

Para efeitos de comparação, o vídeo abaixo é a filmagem original:

Outro vídeo incrível é este, onde aparece um astronauta ao início do vídeo. A restauração ficou incrível, e o vídeo parece até mesmo com uma animação, quando a câmera se move, pela alta taxa de quadros, portanto.

O vídeo abaixo é de Neil Armstrong, quando ele dá o primeiro passo na Lua. O vídeo foi alterado para 24 fps – não é tanto quando ao 60, mas já é uma taxa utilizada no cinema.

Conforme contou o autor, DutchSteamMachine, ao portal Universe Today, “Eu realmente queria fornecer uma experiência sobre essa filmagem antiga que nunca foi vista antes”.

Como ele fez isso?

Ele utilizou uma inteligência artificial de código aberto chamada de Depth-Aware video frame Interpolation (DAIN). Ser de código aberto significa que você pode utilizá-la gratuitamente e fazer alterações no código para criar melhorias, ou para alterações específicas para determinada tarefa.

Esse método consiste em criar frames intermediários entre os frames existentes. Por exemplo, se o objeto se move do ponto A ao ponto B entre dois frames, a IA adiciona novos frames de forma a deixar esse movimento mais fluido.

Na teoria parece algo simples, mas não é. O método exige, na verdade, bastante conhecimento, já que apesar de já ser um programa, você ainda precisa programá-la de forma a encontrar o melhor resultado.

Ademais, no vídeo a seguir, ele mostrou um pouco de sua interface e do hardware utilizado para realizar as restaurações imagens do pouso na Lua:

https://youtu.be/95RRK9YLD0U

“Planejo melhorar toneladas de imagens da Apollo assim”, diz DutchSteamMachine ao Universe Today. “Muito mais espaço e imagens relacionadas à história serão publicadas continuamente no meu canal do YouTube”.

Com informações de Universe Today.

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