Índios isolados fazem contato e buscam por comida

Pelo menos 10 índios isolados tiveram contato com a Aldeia Terra Nova, onde vivem os Kulina Madiha, do Alto Rio Envira. Essa aldeia está localizada no município de Feijó, no interior do Acre, próximo da fronteira com o Peru. Além disso, a interação entre os povos foi positiva, segundo relatos.

O chefe da Aldeia Terra Nova, cacique Cazuza Kulina contou ao G1 que um índio isolado fez contato e inclusive passou a noite na casa de um parente seu. “Demos roupas, cobertas, alguns utensílios, macaxeira, banana, dormiu na casa do meu genro. Ele pegou tudo e foi embora, nem vimos quando ele foi embora”, disse o cacique.

Ainda segundo o chefe da aldeia, a comunicação foi possível. “São índios brabos, a gente entende um pouco a gíria de índio, são parentes, eles vêm pelo rio em grupos e vão embora para a aldeia deles”, disse.

Ele explicou ainda que no dia seguinte, um grupo com mais de 10 índios foram até a aldeia procurar os que haviam passado por lá. As duas aldeias estão separadas por uma distância superior a 4 horas de caminhada.

Funai confirma contato de índios isolados

Conforme nota da Fundação Nacional do Índio (Funai), o caso será investigado. “No momento, uma equipe está no local para qualificar as informações. Cabe destacar que a Funai tem atuado para evitar qualquer risco de contágio a essas populações”, diz o texto emitido pelo órgão.

O contato foi confirmado pelo chefe-substituto da Coordenação Técnica Local da Funai em Feijó, José Augusto Brandão. “Eles contaram que um dos índios foi pescar e se deparou com o grupo de pelo menos 10 pessoas. Eles se aproximaram e pegaram um dos índios e ele foi até a aldeia”, explicou.

São conhecidos como “índios brabos” os isolados, durante o contato, receberam machados e utensílios para suas moradias.

Cuidados contra a pandemia

Em abril foram registradas na Amazônia as primeiras mortes de indígenas por COVID-19. Conforme Brandão, desde o início da pandemia, os índios de aldeias estão isolados. Desta forma, as aldeias estão recebendo cestas básicas e somente as equipes médicas têm contato com as aldeias.

Com informações do G1.