Impacto de uma grande rocha espacial em Júpiter é registrado por astrônomos

Jamille Rabelo
Imagem: SLA astronomie54/YouTube

Impactos de objetos espaciais em planetas acontecem. Como já aconteceu outras vezes em Júpiter. No entanto, o registro do momento exato desses encontros é extremamente raro.

Neste mês, isso aconteceu. Em 13 de setembro de 2021, às 22:39 UTC, astrônomos amadores registraram uma explosão na atmosfera superior de Júpiter.

Harald Paleske, da Alemanha, estava registrando a sombra da lua Io ao passar em frente ao planeta e registrou o clarão brilhante do que parecia ser um impacto em Júpiter. José Luis Pereira, do Brasil, Simone Galelli na Itália, e Jean-Paul Arnould e Michel Jacquesson na França, Thibaut Humbert, Stéphane Barré, Alexis Desmougin e Didier Walliang da Société Lorraine d’Astronomie na França também conseguiram filmar o impacto putativo.

Se confirmado, o evento será o oitavo impacto observado em Júpiter desde o impacto do cometa Shoemaker-Levy 9 em 1994, que se rompeu devido às forças das marés de Júpiter, e produziu uma série de impactos.

Frequência de impactos em Júpiter

Não se sabe exatamente com que frequência Júpiter é acertado por algo grande ou rápido o suficiente para produzir um flash de impacto visível da Terra. Mas acredita-se que seja bastante frequente, entre 20 a 60 vezes por ano. Júpiter é grande e tem um enorme campo gravitacional, o que acelera os meteoritos para gerar eventos muito mais energéticos do que os que acontecem na Terra.

No entanto, não os vemos com a frequência que se prevê que ocorram. A mais recente captura de um evento de impacto em Júpiter foi há mais de dois anos.

“É um evento muito passageiro, são poucos segundos”, disse o astrônomo Jonti Horner, da Universidade do Sul de Queensland, na Austrália.

“Não seria tão óbvio, se você estivesse olhando através do telescópio. Muitas vezes estes eventos passarão despercebidos e não serão observados. Metade deles acontecerá do outro lado do planeta. Portanto, há muitas razões para não ver estes eventos”.

Apesar disso, o ritmo que os detectamos parece estar aumentando. É um grande avanço para os astrônomos que esperam compreender o papel de Júpiter como um “aspirador cósmico”. Assim, ele protege a Terra das rochas espaciais que, de outra forma, poderiam ter vindo em nossa direção.

Além disso, aumentar a compreensão desses eventos pode nos ajudar a modelar as chances de vida em outros sistemas planetários que têm ou não gigantes de gás como Júpiter.

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