Em 1 de abril de 2009, cientistas anunciaram o nascimento do primeiro — e único — animal extinto já ressuscitado. Em um artigo publicado no Science Direct um grupo de pesquisadores afirmou ter clonado uma cabra montanhesca extinta (Capra pyrenaica pyrenaica).
Íbex-dos-pirinéus, o único animal extinto já ressuscitado
Também conhecidos como bucardos, eles viveram espalhados pelas montanhas dos Pirineus entre Espanha e França. Este animal era perfeitamente adaptado à vida em seu habitat montanhoso e para sobreviver ao frio e à neve extremos do inverno nos Pirinéus.
Como é o caso de muitos outros animais selvagens, seus números começaram a diminuir na segunda metade do século 20, devido ao crescente interesse dos caçadores em exibi-los como símbolos de suas habilidades de caça ou para mostrar status.
O Íbex-dos-pirineus foi extinto em Janeiro de 2000, quando o último espécime, um filhote chamado Célia Morreu. Mas as células de Célia foram recolhidas e congeladas em nitrogênio líquido.
Em 2003, quatro anos depois, uma equipe de cientistas franceses e espanhóis se reuniu para testemunhar um milagre moderno: Dos 208 embriões implantados pelos pesquisadores, apenas sete fêmeas híbridas espanholas cabra-ibex engravidaram, e apenas uma conseguiu dar á luz.
Sem complicações durante o período de prenha, o filhote nasceu com 2,5 kg, mas morreu dez minutos após seu nascimento devido a problemas respiratórios. Anormalidades são comuns na clonagem — enquanto o DNA de um clone pode ser idêntico ao de seus doadores, o ato de embaralhar o DNA de uma célula para outra pode levar a irregularidades durante o desenvolvimento.
A clonagem do íbex-dos-pirinéus poderia trazer toda uma espécie de volta à vida?
O bezerro bucardo, nascido através da clonagem, foi um evento histórico: a primeira “extinção”, na qual foi possível ressuscitar um animal de uma espécie ou subespécie perdida.
Mesmo se clonagem pudesse produzir animais saudáveis, qualquer plano de recuperação futura para o bucardo estaria repleto de dificuldades – especialmente considerando que o único tecido congelado pertence a uma fêmea solitária. Há também a questão da falta de variedade genética. Então, o fato de eles terem apenas algumas amostras genéticas do bucardo para trabalhar significaria que não haveria diversidade genética na população, como nos grupos consanguíneos.
Uma outra possibilidade para trazer de volta o bucardo pode ser cruzar um clone saudável do bucardo fêmea com uma subespécie intimamente relacionada – como o íbex espanhol (Capra pyrenaica hispanica) ou o íbex Gredos (Capra pyrenaica victoriae) — e, então, criar seletivamente a prole para melhorar traços típicos do bucardo.