Homem guarda rocha por anos pensando que é ouro – mas na verdade era um meteorito super raro

Damares Alves
(Museums Victoria)

O que você você faria se encontrasse uma grande pepita de ouro? Algo bem mais impressionante aconteceu com o Australiano David Hole.

Hole estava armado de um detector de metais em Maryborough Regional Park, próximo de Melbourne, quando encontrou algo fora do comum – uma rocha avermelhada muito pesada repousando em uma argila amarela.

Certo de que haveria uma pepita de ouro dentro da rocha, ele a levou para casa.

Já em casa, ele tentou de todas as formas abrir a sua descoberta, mas tudo em vão. Ele se utilizou de uma serra de pedra, uma rebarbadora, uma broca, e até mesmo mergulhou a pedra em ácido, porém, não conseguiu sequer abrir uma rachadura.

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Isso porque o que ele estava tentando abrir não era uma pepita de ouro, mas sim um meteorito raro – ele só descobriu isso anos depois.

Frustrado, mas ainda intrigado, David levou a pedra para o Museu de Melbourne para ser identificado.

“Ele tinha este visual esculpido e ondulado”, disse o geólogo Dermot Henry, do Melbourne Museum, ao The Sydney Morning Herald.

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Imagem: Museu de Melbourne

Os pesquisadores publicaram recentemente um artigo científico descrevendo o grande meteorito de 4,6 bilhões de anos, que pesa 17 quilogramas. Eles o batizaram de Maryborough em homenagem a cidade onde foi encontrado.

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“Os meteoritos fornecem a forma mais barata de exploração espacial. Eles nos transportam de volta no tempo, fornecendo pistas sobre a idade, formação e química do nosso Sistema Solar (incluindo a Terra)”, explica Henry.

“Alguns também fornecem um vislumbre do interior profundo do nosso planeta. Em alguns meteoritos, há ‘poeira estelar’ ainda mais antiga que o nosso Sistema Solar, o que nos mostra como as estrelas se formam e evoluem para criar elementos da tabela periódica.”

“Outros meteoritos raros contêm moléculas orgânicas, como aminoácidos; os blocos de construção da vida”.

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Imagem: Birch et al., PRSV, 2019

Datações por carbono sugerem que o meteorito esteve na Terra entre 100 e 1.000 anos, e houve vários avistamentos de meteoros entre 1889 e 1951 que podem corresponder à sua chegada ao nosso planeta.

Os pesquisadores argumentam que o meteorito de Maryborough é muito mais raro que o ouro. É um dos apenas 17 meteoritos já registrados no estado australiano de Victoria, e é a segunda maior massa condrítica, depois de um enorme exemplar de 55 quilos identificado em 2003.

A pesquisa foi publicada em Proceedings of the Royal Society of Victoria.

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