Gato ou cachorro: quem é o mais inteligente?

SoCientífica
Ilona Ilyés/Pixabay

A ciência, que é imparcial e sem emoções, pode responder à pergunta gato ou cachorro: quem é o mais inteligente? Talvez.

Pesquisadores conduziram um estudo que, em tese, deveria encerrar a eterna disputa entre os amantes de gato e cachorro. A pesquisa descobriu que o córtex cerebral dos cães contém 530 milhões de neurônios, enquanto nos gatos somente a “metade” desse valor, 250 milhões de neurônios. O estudo girou em torno do índice teórico de encefalização (EQ), uma medida do tamanho do cérebro de um mamífero em relação ao seu peso corporal.

Quanto maior o número desses mesmos neurônios na região do cérebro responsável pelo pensamento, mais fácil e rápido o mamífero aprende, tira conclusões de seus próprios erros e se lembra de eventos. Portanto, o cachorro com mais neurônios é melhor para resolver problemas complexos do que o gato.

Gatos não se dão por vencidos

A pesquisadora Ursula Dicke, do Institute for Brain Research, na Alemanha, descobriu que a densidade de neurônios por milímetro quadrado do córtex cerebral dos gatos é significativamente maior do que nos cães. E este indicador é tão relevante preciso quanto o EQ. 

Portanto, os gatos não têm pior disposição para aprender. Outra coisa é que devido à especificidade do caráter e temperamento felino, é muito mais difícil forçá-los a aprender algo contra sua vontade, por isso a esmagadora maioria dos testes falhou. No entanto, os testes que ainda foram possíveis de realizar confirmaram as conclusões de Ursula Dicke. Em particular, cientistas da Canadian Laval University descobriram que os gatos têm memória de curto prazo três vezes melhor, eles se lembram melhor de todos os tipos de sequências e são mais capazes de analisar a situação do que os cães. Este último ponto é especialmente importante porque, entre outras coisas, os gatos são melhores caçadores do que os cães.

Gato ou cachorro é o mais inteligente? Fica a seu julgamento

Uma conclusão inesperada foi alcançada por cientistas suíços da Universidade de Lausanne, liderados pelo pesquisador Daniel Silvestro. Acontece que, em termos de evolução e adaptabilidade, os gatos mostraram seu melhor lado. Há cerca de 20 milhões de anos, o assentamento de representantes da família felina na América do Norte afetou negativamente a diversidade de espécies de cães. Os gatos, por todas as contagens, revelaram-se caçadores muito mais habilidosos, o que causou a extinção de 40 espécies de cães. Os gatos são mais precisos e silenciosos, têm garras retráteis afiadas — características que os cães não possuem.

Por outro lado, os cães têm uma inteligência social bem desenvolvida: quando indivíduos do mesmo rebanho se comunicam e agem em conjunto. Ao fazerem isso, eles compensam todas as vantagens dos gatos. Por sua vez, os gatos são individualistas absolutos, não precisam de inteligência social, se dão muito bem sozinhos.

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