Nosso planeta tem recursos suficientes para sustentar uma população três vezes maior do que a atual, diz a nova pesquisa. Um futuro sustentável consiste em fornecer um padrão de vida decente para todos.
Como o estudo organiza essa ideia?
A partir do ponto em que reformas ambientais e econômicas amplas poderiam nos levar ao consumo global de energia da década de 1960.
Nessa época, o mundo habitava apenas 3 bilhões de pessoas.
Mas, se fizéssemos isso da forma certa, os pesquisadores estimaram que até 2050 poderíamos sustentar a todos.
Um mundo sem pobreza e um futuro sustentável
Ainda mais, cada um de nós teríamos abrigo, alimentação, higiene adequada, saúde de alta qualidade e educação.
Além de tudo isso, teríamos também tecnologia moderna e acesso (limitado) a veículos particulares e viagens aéreas.
Mas, precisaríamos cortar o nosso consumo global de energia em 60%.
Isso é apenas um quarto do que atualmente estimamos consumir até 2050.
Ademais, nesse cenário utópico, todos vão ter a mesma fatia do bolo.
A economista Julia Steinberger da Université de Lausanne, na Suiça, alertou que está em nossas mãos proteger o nosso clima e ecossistemas.
A ideia de que para se ter uma vida boa é necessário consumir mais e ter mais coisas é uma tendência antiga.
O caminho certo para todos
Obviamente, vida boa é um conceito subjetivo.
Mas os autores dizem que se concentrarmos os nossos esforços em moradias de baixo consumo de energia, transporte público generalizado e dietas pobres em alimentos de origem animal, poderíamos estar no caminho certo.
Até porque as previsões sobre a Terra são frequentemente baseadas no crescimento econômico global contínuo.
Esse crescimento mantém um estilo de vida moderno de alto consumo e uma carga fixa para o planeta.
Na realidade, deixar o planeta igual para todas as pessoas exigirá mudanças massivas e em grande escala nos hábitos de consumo global.
Além da eliminação da desigualdade em massa, dizem os pesquisadores.
Embora pareça, os confortos diários da vida não seriam deixados de lado.
Energias renováveis
Hoje, cerca de 17% do consumo global de energia vem de fontes renováveis.
Em contrapartida, os autores dizem que isso é quase metade do que precisaríamos até 2050 para ter uma vida boa e confortável.
Para descobrir isso, os pesquisadores construíram um modelo de energia baseado em materiais considerados necessários por nós.
Desde um abastecimento regular de comida e água até conforto térmico e mobilidade.
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A forma como as mudanças climáticas impactarão nos próximos anos também foi levada em consideração.
O modelo não seria exatamente realista ou prático, mas demonstra que a reorganização do planeta pode abrir espaço para uma população crescente.
Por um lado, o modelo exige que todo o estoque de moradias do mundo seja completamente substituído por novos edifícios avançados, com pouco aquecimento e resfriamento.
Ainda assim, quando o modelo previu que esses ‘retrofits’ avançados haviam sido construídos, suas previsões de energia finais quase não mudaram.
No geral, os cientistas ambientais apoiam que o estudo é consistente a longo prazo e que as soluções tecnológicas já existem para apoiar a redução do consumo de energia a um nível sustentável.
O estudo foi publicado na Global Environmental Change.