Fóssil de molusco pré-histórico com 96 kg encontrado

Felipe Miranda
Muitas amonites foram descobertas na Ilha de Wight. (Fósseis da Costa Wight / Facebook)

Dois estudantes em trabalho de campo na Ilha de Wight, no canal da mancha, Sul da Inglaterra, encontraram um fóssil de amonite de 96 kg. O fóssil do molusco pré-histórico tem o tamanho de um pneu de carro.

Amonites, ou no latim, Ammonoidea, são um grupo formado por espécie de moluscos cefalópodes. Eles sumiram com a mesma extinção em massa que levou os dinossauros, há 65 milhões de anos.

A espécie, para ser mais preciso, é Tropaeum bowerbanki. Com uma idade de pelo menos 115 milhões de anos, os estudantes dizem que é de longe o maior Tropaeum que eles já encontraram, com 55 cm de diâmetro.

Ademais, os descobridores são dois jovens estudantes universitários: Jack Wonfor com 19 anos, e Theo Vickers com 21. No total, foram dez horas de trabalho até conseguirem fazer com que o fóssil se soltasse para levá-lo para uma área mais segura.

Segundo uma publicação no Facebook da Wight Coast Fossils, grupo responsável pelas explorações na ilha, os fósseis de amonite Tropaeum geralmente não passam dos 30 cm de diâmetro e possuem entre 30 e 50 kg.

https://www.facebook.com/WightCoastFossils/posts/1038638043204492

A região onde está a ilha possuía um nível de água bem mais alto, e a cobria, além de cobrir parte do sul da Inglaterra. É um local relativamente próximo à Costa Jurássica, que já abordamos em outro artigo.

O animal

Se hoje ele é um fóssil, um dia já foi vivo. Os amonites eram moluscos, o mesmo filo integrado por polvos, lulas, ostras, caramujos e alguns outros animais invertebrados do oceano.

Fóssil de molusco pré-histórico
Assim era o amonite Tropaeum em vida. (Créditos da imagem: Wight Coast Fossils)

“Na vida, esse gigante Tropaeum cruzava as turbulentas águas costeiras dos mares do Lower Greensand, capturando e seduzindo os plânctons passando e pequenas presas com seus tentáculos”, diz a página do Wight Coast Fossils.

Pelo tamanho, o grupo também chuta que ela deve ter sido uma fêmea, já que as as fêmeas moluscos geralmente são maiores por questões reprodutivas.

“Uma teoria para isso é que as fêmeas eram maiores como resultado da necessidade de aumentar o tamanho do corpo para a produção de ovos para desova”, dizem eles.

O fóssil também revela algumas fraturas sofridas pelo animal ainda durante a vida. Sabe-se disso por causa de algumas deformidades no próprio fóssil, que atrapalharam o desenvolvimento do amonite.

“Isso pode ser por um ataque mal sucedido de um predador, como um réptil marinho, tubarão, um peixe grande ou uma rajada de tinta que permite ao gigante escapar do agressor”.

Eles ainda dizem que após a morte do amonite, outros animais marinhos habitaram sua carcaça, e estão juntos ao fóssil.

“O que quer que tenha levado ao fim final do cefalópode, sabemos que, após a morte, a concha se tornou um lar para a vida marinha bentônica, incluindo outros moluscos!”.

Enfim, durante as próximas semanas, eles deverão limpar o fóssil de molusco pré-histórico para retirar a camada de rocha que atrapalha.

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