Você sabia que as explosões de estrelas forjaram o cálcio dos seus dentes? Sim, as incríveis e magníficas supernovas que você vê nas belas fotos da NASA são algumas das principais fábricas do universo.
Uma supernova é a morte de alguns tipos de estrelas. Essas violentas explosões jogam para longe até 90% da massa do que um dia foi uma estrela, distribuindo o material que a estrela já criou, e criando outros, já que sua força acaba fazendo outros átomos se fundirem.
Os principais elementos criados por uma supernova são os elementos mais pesados do que o ferro. A estrela só possui força para fundir até aí. O ferro possui número atômico 26, ou seja, todos os outros elementos, que vão até o 118, são criados de outras formas, e a supernova é uma delas.
Algumas dessas explosões de estrelas são um tanto específicas. São chamadas de ‘supernovas ricas em cálcio’, e o nome já explica como são elas. Estão entre os tipos mais raros de explosões estelares.
Coincidência levou à ciência
Agora, com 67 autores diferentes de 15 países, analisaram profundamente a forma como as explosões estelares liberam o cálcio. Isso preencheu algumas lacunas pendentes em relação à liberação de material pelas supernovas.
Uma equipe tão grande foi necessária justamente pela raridade da ocorrência do fenômeno. Os astrofísicos decidiram juntar esforços para encontrá-las e, então, estudá-las. O estudo foi publicado no The Astrophysical Journal.
“Assim que o mundo soube que havia uma supernova em potencial no M100, uma colaboração global foi iniciada. Todo país com um telescópio proeminente virou-se para olhar para esse objeto”, explica um dos co-autores, Wynn Jacobson-Galan em um comunicado.
Eles perceberam que as supernovas mais ricas em cálcio já foram estrelas compactas, que com o passar da vida vão perdendo sua massa rapidamente através de uma camada de gás externa.
“Antes deste evento, tínhamos informações indiretas sobre o que as supernovas ricas em cálcio poderiam ou não ser. Agora, podemos descartar com confiança várias possibilidades”, diz Raffaella Margutti, autora principal do estudo.
A supernova
Foi a supernova SN 2019ehk que eles observaram. Descoberta por um astrônomo amador, Joel Shepherd, ela está localizada a uma distância de aproximadamente 55 milhões de anos-luz da Terra, na galáxia Messier 100.
O pesquisadores acabaram percebendo que ali havia algo de novo quando a supernova começou a emitir uma quantidade anormal de raios-x. Portanto, havia ali algo estranho.
As ondas eletromagnéticas emitidas, quando saíam, atingiam a camada externa de gás. Foi através desse efeito, portanto, que os pesquisadores puderam fazer as análises do fenômeno.
O cálcio está entre os elementos produzidos nas estrelas durante a vida útil, já que é mais leve do que o ferro. Entretanto, a quantidade é bastante pequena, e uma produção considerável é feita somente pela Supernova.
“Observando o que essa estrela fez em seu último mês antes de atingir seu fim crítico e tumultuado, espiamos um lugar inexplorado, abrindo novas avenidas de estudo na ciência transitória”, diz Jacobson-Galan.
A estrela foi provavelmente uma anã-branca. Não se sabe com certeza porque a sua luz seria bastante fraca para ser detectada a essa distância – supernovas são muito mais brilhantes do que as estrelas.
O estudo foi publicado no The Astrophysical Journal. Com informações de Science Alert e Northwstern Now.