No começo de novembro, cientistas tailandeses encontraram restos fossilizados de uma baleia de Bryde. O esqueleto da baleia tem cerca de 5 mil anos, com quase 12 metros de comprimento, apresenta uma condição bem preservada. Os restos mortais estavam numa distância de 11 quilômetros da costa.
A descoberta foi realizada a oeste de Bangkok, onde foram encontradas 19 vértebras completas, cinco costelas, uma omoplata e nadadeiras. O crânio possui cerca de 3 metros, o que chama muita atenção. Conforme Marcus Chua, da Universidade Nacional de Cingapura, foi uma descoberta interessante porque mostra um pouco sobre o mundo milhares de anos atrás.
Antes disso, somente pequenas conchas fossilizadas ou caranguejos haviam sido encontrados nesta área, além disso, não deixavam claro se haviam sido mudados por humanos ou eram um sinal da mudança de nível do mar. Agora, a descoberta dos restos da baleia indica uma mudança na paisagem histórica da Tailândia.
Esqueleto de baleia ajuda a mostrar o passado da região
Conforme Chua, essa descoberta entrega algumas evidências sem precedentes de “mudanças relativamente grandes no nível do mar em torno de 6.000 anos a 3.000 anos no Golfo da Tailândia, onde a linha da costa era de até dezenas de quilômetros para o interior da costa atual”.
Os ossos ainda não foram datados por carbono, mas os pesquisadores estão confiantes de que possuam pelo menos 3 mil anos e no máximo 5 mil. As baleias Bryde ainda estão presentes nas águas tailandesas e são protegidas, devido às ameaças que o turismo e os equipamentos de pesca apresentam.
Elas se alimentam de peixes de cardumes, como as anchovas e gostam das águas mais quentes, acima de 16ºC. Contudo, ainda sabemos pouca coisa sobre a evolução delas, principalmente porque existem poucos fósseis destas baleias na Ásia e em boas condições como a da Tailândia, são menos ainda. Algumas imagens ajudam mostrar como os fósseis estão preservados.
A baleia tailandesa e o nível do mar
O esqueleto de baleia serve para mostrar como o mundo passa por mudanças ao longo de milhares de anos. Assim, os ossos fornecem diversas pistas sobre a evolução do animal e como era o planeta na época em que estava viva. Além disso, pode ensinar algumas coisas sobre a atual crise climática.
“Isso certamente poderia chamar a atenção para o problema e mostrar como e onde as áreas baixas podem ser inundadas pelo mar quando isso acontecer”, especulou Chua.
Essa descoberta foi reforçada por conchas e dentes de tubarão bem preservados, que foram descobertos entre os restos fossilizados do espécime. Então, os cientistas talvez possam reconstruir a comunidade biológica de 5 mil anos atrás para comparar com o sistema atual, conforme sugeriu Chua.
Ele disse ainda que possivelmente o mar era até 3,6 metros mais alto naquela época, quando as atividades tectônicas eram muito mais intensas. Enfim, cada nova descoberta de fósseis levanta várias possibilidades e hipóteses, fazendo com que os pesquisadores se mantenham ativos e pensativos!