Problemas financeiros na rede social X, de Elon Musk, podem impactar os acionistas da Tesla. De acordo com especialistas, a queda na receita de publicidade força Musk a considerar a venda de ações da Tesla para manter a plataforma ativa. A situação piorou com o banimento do X no Brasil, um dos principais mercados publicitários da rede.
Dados recentes obtidos pelo New York Times revelam que a receita do X nos Estados Unidos, seu maior mercado, despencou 53% em comparação ao ano anterior. Quando ajustada pela inflação, a queda é ainda mais acentuada — uma impressionante queda de 84% em relação aos últimos números públicos disponíveis antes da aquisição de Musk.
O colapso da receita é amplamente atribuído a um boicote de anunciantes, exacerbado pela postura confrontadora de Musk em relação aos anunciantes. Sua recente decisão de processar empresas por não anunciarem no X tem agravado ainda mais as relações com potenciais fontes de receita.
Especialistas preveem venda de ações da Tesla
Bradford Ferguson, presidente e diretor de investimentos da Halter Ferguson Financial, estima que Musk pode precisar vender entre US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões em ações da Tesla para resolver os problemas financeiros do X.
“É um buraco enorme que eles precisam tapar”, afirmou Ferguson em um vídeo no YouTube. Ele alerta que tal venda poderia causar uma queda de 5% a 10% no preço das ações da Tesla.
Gary Black, sócio-gerente do Future Fund, concorda com essa avaliação. “O sangramento do X continuará e em algum momento Elon terá que vender mais ações da Tesla para tapar o buraco de US$ 1–2 bilhões por ano no X,” postou Black nas redes sociais.
Promessa de Musk e possível quebra
Em dezembro de 2022, Musk prometeu não vender mais ações da Tesla para financiar o X por pelo menos 18 a 24 meses. No entanto, com a aproximação de 2025 e a situação financeira do X parecendo piorar, especialistas temem que Musk possa precisar quebrar essa promessa.
Ferguson sugere que Musk pode precisar garantir que o X cumpra os convênios de empréstimo para a dívida de US$ 13 bilhões assumida durante a aquisição. Falhar em fazer isso poderia resultar em taxas de juros mais altas ou exigências de reembolso pelos bancos.