Dinossauros gigantes viveram nas regiões mais frias do mundo

Damares Alves
Reconstrução artística de um saurópode que pertence a um grupo de dinossauros gigantes que viveu em áreas polares há 145 milhões de anos. Por Andrey Atuchin.

Pesquisadores descobriram evidências de que dinossauros gigantes pertencentes ao grupo dos saurópodes viveram há cerca de 145 milhões de anos atrás, durante o Cretáceo Precoce, em regiões de Yakutia, a apenas 450 km ao sul do Círculo Polar Ártico.

A descoberta de dentes datados do início do Cretáceo pertencentes a animais adultos e filhotes, mostra que esses dinossauros enormes não apenas visitaram o local, mas também viveram na região que tinha clima polar. Os saurópodes foram um dos dois grandes grupos de dinossauros saurísquios. Esses animais quadrúpedes tinham corpos enormes, com um pescoço muito comprido que terminava em uma cabeça muito pequena.

Representação artística dos alguns dinossauros gigantes que faziam parte dos saurópodes.
Representação artística dos alguns saurópodes conhecidos em comparação com o tamanho de um ser humano.

Anteriormente, acreditava-se que esses dinossauros gigantes, que tinham o dobro do tamanho de um mamute lanoso, poderiam ter migrado para esta área de Yakutia em condições favoráveis, mas que eles não residiam permanentemente lá em condições climáticas desfavoráveis.

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Dentes de saurópodes adultos encontrados na localidade de Teete. 
Fotos: Alexander Averyanov et al.

Agora, as novas evidências mostraram que a localidade de Teete, em Yakutia era o local em que eles se encontravam durante um longo período de tempo, pois é muito improvável que fêmeas grávidas ou dinossauros muito jovens pudessem tolerar migrações temporárias a longas distâncias. 

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Dentes de saurópodes juvenis encontrados na localidade de Teete. Fotos: Alexander Averyanov et al.

Essas descobertas levantam questões intrigantes para os cientistas sobre como esses dinossauros viviam em áreas polares. Embora anteriormente a região fosse mais quente do que agora, com uma temperatura média anual de 14 ° C, a área ainda teria uma longa noite polar, limitando o crescimento de plantas das quais os saurópodes dependiam para garantir sua alimentação.

Estegossauros também viveram na região

Por volta de 2017, geólogos e paleontólogos liderados pelo professor associado da Universidade de São Petersburgo, Pavel Skuchas, lavaram 500 kg de depósitos de ossos em Teete, resultando na descoberta de numerosos restos de pequenos vertebrados, incluindo peixes, salamandras, tartarugas, lagartos, bem como os dentes de dinossauros, répteis e mamíferos. Dentre as descobertas estavam parte da escápula e espigão de um estegossauro.

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Parte da escápula de um estegossauro, encontrado na localidade de Teete por Petr Kolosov. 
(Imagens: Sakha Media)
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O espigão de um estegossauro, encontrado na localidade de Teete por Petr Kolosov. (Imagens: SakhaMedia)

É fato que existem centenas de localidades conhecidas com restos de dinossauros e outros grupos de vertebrados no mundo inteiro, mas são raros os que estão na região das latitudes polares da era mesozoica.

O artigo que descreve as evidências encontradas em Yakutia foi publicado pela Wiley Online Library, você pode acessá-lo clicando aqui.

FONTE / The Siberian Times

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