No Brasil não é algo comum. Até se vê por aí potes ou enfeites que imitam abóboras de Halloween, vendidas em lojas de utilidades ou lojas de presentes, mas abóboras mesmo, esculpidas com uma vela ou uma lâmpada dentro, não é algo que faça parte da tradição de Halloween dos brasileiros como faz nos Estados Unidos e Canadá.
As origens do Halloween
O Halloween é um dos feriados mais populares do mundo, e nasceu de antigas crenças pagãs, embora hoje já muito alterado. O termo Halloween nasceu de “All Hallows’ Eve“, que significa A véspera de Todos os Santos. No entanto, esse termo que originou o atual feriado também advém, por sua vez, de outra cultura. Como citado, o Halloween nasceu a partir de crenças pagãos, e A véspera de Todos os Santos faz parte da cultura cristã.
O All Hallows’ Eve, por sua vez, é uma versão cristianizada do festival Samhain. O festival celta celebra o fim das colheitas. Ele, marca o final do período de colheitas e o início do inverno para os celtas. Dessa maneira, era uma data importante, e que marcava um momento importante do ano deles, pois a partir dali se iniciaria um período rigoroso, a partir do qual os estoques deveriam estar cheios, pois até o final do inverno, não haveria mais colheitas. O Samhain era feito entre o pôr do sol em 31 de outubro ao pôr do sol em 1º de novembro.
Vale lembrar que isso tudo se passa no hemisfério norte. Os celtas habitavam uma área que corresponde à atual Europa. Portanto, devemos nos lembrar que as estações são invertidas; enquanto estamos no verão, eles estão no inverno, e enquanto estamos na primavera, eles estão no outono e vice-versa. Portanto, no dia 21 de dezembro ocorre o solstício de verão para nós do Brasil e de todo o hemisfério sul, e solstício de inverno, para os habitantes de países do hemisfério norte.
Até um momento, os Celtas, que não eram um povo unificado, mas compreendiam diversas tribos com alguns costumes e línguas em comum, estavam espalhados por toda a Europa. Mas os cristãos passaram a se espalhar pela a Europa Ocidental, por meio do Império Romano, quando se converteu ao cristianismo e, mais tarde, pelos diversos reinos cristãos que se espalharam pelo continente. Em um momento, os cristãos já não tentavam mais acabar com os costumes pagãos, mas os ressignificaram. Mudar uma cultura é quase impossível, mas com a ressignificação, pode-se absorver os fiéis.
Mas e quanto às abóboras de Halloween?
Segundo o ZME Science, acredita-se que as abóboras de Halloween tenham vindo de uma lenda irlandesa, a lenda de Stingy Jack.
De acordo com a lenda, Stingy Jack pediu ao Diabo para tomar uma bebida junto a ele, mas não queria pagar a bebida. Então, Jack convenceu o diabo a se transformar em moeda para pagar as bebidas. No entanto, Jack o traiu e guardou a moeda em seu bolso, junto a uma cruz de prata, dessa forma, aprisionando-o.
Mais tarde, Jack o libertou, mas com a condição de que não o incomodasse por um ano de deixasse sua alma em paz.
Em outro momento, Jack convenceu o Diabo a fazer outra coisa. Ele o convenceu a subir em uma árvore para pegar frutas, mas quando ele subiu, Jack esculpiu uma cruz no tronco dessa árvore, novamente aprisionando o diabo. Jack, então, deu como condição que o Diabo não o incomodasse por mais dez anos e que não reivindicaria sua alma.
Quando Jack faleceu, Deus não o quis no céu, e o enviou para o inferno, mas como o Diabo não poderia ficar com ele, o mandou para uma noite escura com um carvão em brasa para iluminar. Jack, então, colocou o carvão em um nabo e vaga por aí. Então, as pessoas passaram a criar suas próprias lanternas para assustar Jack, mas não utilizava-se exclusivamente as abóboras. As abóboras passaram a ser utilizadas após o início da colonização dos Estados Unidos, e hoje as abóboras de Halloween são clássicas.
A história não é única e há outras versões.
Os americanos chamam as abóboras de Halloween de Jack of the Lantern, ou Jack O’Lantern, e hoje esse costume permanece mais por motivos comerciais do que religiosos, ou de crença na lenda.
