De todas as fontes de energia renováveis, a energia solar é a que mais cresce, sendo a terceira maior fonte de energia, atrás da hidrelétrica e eólica. Essas três fontes devem crescer muito até 2050, chegando a 45% do mercado.
Porém, existem desafios e problemas técnicos para essa mudança acontecer. O maior problema da energia solar é a intermitência, pois ela só capta energia quando há sol suficiente.
Cientistas da Caltech estão pesquisando energia solar no espaço, onde satélites captariam energia o tempo todo, sem parar. Ou, seja: energia 24 horas por dia, 365 dias por ano, sem interrupção. Acontece que agora eles fizeram a primeira transferência de energia sem fio usando o experimento Microwave Array for Power-transfer Low-orbit Experiment (MAPLE).
O projeto MAPLE começou em 2011 com um investimento de US$ 100 milhões, criado pelo Space Solar Power Project (SSPD-1) em janeiro deste ano.
Esta tecnologia é composta por diversos transmissores de microondas leves e flexíveis, que são controlados por chips eletrônicos feitos sob medida. O dispositivo foi construído utilizando tecnologias de silício de baixo custo, com o objetivo de captar energia solar e enviá-la para estações receptoras em diferentes partes do mundo.
Em um recente comunicado de impressa, a Caltech anunciou que um protótipo de energia solar no espaço, lançado em janeiro, está funcionando e mostrou que pode enviar energia sem fio no espaço e mandar energia detectável para o Terra pela primeira vez.
“A demonstração da transferência de energia sem fio no espaço usando estruturas leves é um passo importante em direção à energia solar espacial e amplo acesso a ela globalmente. Os painéis solares já são usados no espaço para alimentar a Estação Espacial Internacional, por exemplo, mas para lançar e implantar matrizes grandes o suficiente para fornecer energia à Terra, a SSPP precisa projetar e criar sistemas de transferência de energia solar que sejam ultraleves, baratos e flexíveis”, disse Harry Atwater, presidente da Otis Booth Leadership Chair da Divisão de Engenharia e Ciências Aplicadas, professor Howard Hughes de física aplicada e ciência dos materiais e diretor da Liquid Sunlight Alliance no comunicado.
Agora os pesquisadores estão testando o desempenho do sistema e buscando melhorias para criar a próxima geração de satélites solares. Para funcionar adequadamente, esses satélites precisam ser leves e flexíveis.
A energia solar no espaço pode gerar oito vezes mais energia do que painéis solares na Terra. Quando o projeto estiver completo, a Caltech planeja lançar várias espaçonaves modulares para capturar energia solar, transformá-la em eletricidade e enviá-la como microondas para qualquer lugar do mundo.
Essa tecnologia, além de auxiliar na transição para fontes de energia limpa e renovável, também tem o potencial de ampliar o acesso à energia para comunidades que enfrentam dificuldades.