As mulheres precisam tomar mais cuidado na hora de comprar maquiagens: cientistas descobriram produtos de maquiagens que serão para sempre tóxicos. As substâncias PFAS (per- e polifluoroalquil) são um grupo de produtos químicos que possuem mais de 9000 compostos, existentes desde a década de 1940.
O termo ‘para sempre tóxicos’ existe porque as PFAS não se degradam com o tempo, não se acumulam na natureza e no corpo humano. Entretanto, estão ligadas a sérios problemas de saúde, como distúrbios hormonais, sistema imunológico enfraquecido, baixo peso ao nascer e até mesmo câncer.
Um estudo publicado na revista ‘Environmental Science and Technology Letters’, apontou que substâncias que tornam produtos para sempre tóxicos estão presentes nos cosméticos. Mais da metade dos itens analisados apresentaram altas dosagens de PFAS, explicou Matehew Daly para a Associated Press.
231 produtos de maquiagens usados frequentemente foram testados, como blush, batons, rímel e base líquida, e os resultados são assustadores. 62% dos batons, 63% das bases e 82% das máscaras à prova d’água, continham, ao menos, 0,384 de flúor por cm².
Substâncias que deixam produtos para sempre tóxicos têm características que enganam os consumidores
Além dos PFAS, que tornam os produtos para sempre tóxicos, descobriu-se que esses materiais cosméticos têm mais três substâncias químicas perigosas. “Os tipos de produtos testados com altos níveis de flúor – e, portanto, com PFAS – são usados perto e ao redor dos olhos e lábios”, explicou Whitney Bowe, dermatologista da Icahn School of Medicine.
Pele, lábios e olhos, absorvem produtos químicos tóxicos com mais facilidade, a absorção dos PFAS, por exemplo, acontece em membranas finas da boca e canais lacrimais. As mulheres usam vários quilos de maquiagens ao longo da vida, então, ficam vulneráveis aos danos dos per- e polifluoralquil.
A substância que torna os produtos para sempre tóxicos deixam a pele com falsa aparência de brilho e maciez. Quanto mais ‘resistente’ ou ‘a prova d’água’ é um produto, maiores são os níveis de substâncias químicas incorporadas nele.
“Não está claro se as marcas estão realmente dizendo ‘Dê-nos PFAS para usar em nossos produtos’ ou pedindo um espessante, por exemplo, ou algo funcional sem prestar muita atenção ao que está nele”, diz o co-autor do estudo, Tom Bruton, um químico do Green Science Policy Institute, para o Guardian.
Ainda de acordo com os dados analisados, houve uma parte dos produtos que não apresentou substâncias tóxicas. Ou seja, a fabricação de cosméticos sem químicas perigosas, como PFAS, é possível.
