Um grupo de arqueólogos britânicos encontrou 12 naufrágios no Mediterrâneo. Os antigos navios estavam carregados de centenas de artefatos como porcelanas chinesas, jarros, cafeteiras, grãos de pimenta e cachimbos ilegais.
Uma expedição liderada pela Enigma Recoveries, encontrou um aglomerado de 12 navios no fundo do mar. O naufrágio estava há 1,9 km abaixo da superfície do Mar Mediterrâneo Ocidental. Os pesquisadores exploraram os naufrágios e coletaram artefatos usando robôs sofisticados.
Os 12 naufrágios revelam antiga rota comercial
Segundo a equipe de pesquisa, os navios revelam uma rota comercial da China para a Pérsia, Mar Vermelho e Mediterrâneo Oriental para alimentos e porcelana em antigas ‘rotas de navegação’, que serviam comércios de especiarias e seda dos impérios grego, romano e otomano, a partir de 300 AEC.
Alguns dos navios antigos são os maiores já encontrados no Mediterrâneo. Eles foram desenterrados em uma parte lamacenta do fundo do mar oriental entre Chipre e Líbano.
“Impossível ficar melhor do que isto”, disse Sean Kingsley, arqueólogo do Projecto Enigma Shipwreck Project (ESP), à BBC Radio 4.
“Para um arqueólogo, isso é o equivalente a encontrar um novo planeta.”, ele completou.
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Segundo Kingsley, dentro dos navios eles encontraram a mais antiga porcelana chinesa, pertencente à Dinastia Ming. Essas são peças raras, muito difíceis de encontrar, e elas estão em ótimo estado.
“Em comparação com o Mediterrâneo ocidental, onde se tem estas maravilhosas pilhas de ânforas, não se consegue isso no Mediterrâneo oriental, porque muitos dos destroços estão escondidos debaixo da lama”, disse o pesquisador.
A descoberta destes naufrágios revelou uma “estrada” marítima de seda e especiarias anteriormente desconhecida que liga a China à Pérsia, ao Mar Vermelho e ao Mediterrâneo oriental.
O grande Colosso
Um dos naufrágios é um colossal navio mercante otomano do século XVII. Com de 42 metros de comprimento, ele é suficientemente grande para caber dois navios de dimensões normais no seu convés. O navio não somentes é um dos maiores já encontrados no Mediterrâneo Oriental, como também trazia um tesouro artefatos. Nele traz mercadorias de 14 culturas e civilizações diferentes.
Chamado de colosso, acredita-se que o navio afundou em 1630, enquanto navegava entre o Egito e Istambul, é uma cápsula do tempo.
Um tesouro em artefatos
O grande colosso estava carregado com as primeiras porcelanas chinesas recuperados de um naufrágio mediterrânico, jarras pintadas na Itália, 12 cafeteiras e pimentões.
“As 12 cafeteiras de cobre, muito provavelmente foram feitas no Egito ou na Turquia”, disse Kingsley ao MailOnline.
“Elas são cafeteiras são de tradição otomana – e é muito provável que fossem propriedade pessoal dos membros da tripulação, porque cada uma tem uma forma e um estilo diferentes”, afirmou.
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Já a porcelana chinesa a bordo do navio do século XVII compreende a 360 xícaras decoradas, pratos e uma garrafa feita durante o reinado de Chongzhen de 1627 a 1644, utilizada para beber chá.
Além disso, os destroços continham também os primeiros cachimbos de tabaco de barro otomano já encontrados, que eram provavelmente ilícitos devido às regras contra o tabagismo daquela época.
A equipe utilizou um veículo robótico para procurar e carregar cuidadosamente os artefatos nas profundezas do fundo do mar e encontrar os tesouros entre a lama.