Pesquisadores fizeram uma descoberta intrigante vinda do centro da Via Láctea. Um sinal trêmulo está sendo emitido desta região, sendo que por enquanto imaginam ser devido a um buraco negro supermassivo. Mas, estes sinais não são totalmente novos, anteriormente cientistas já haviam descoberto outros maiores e mais lentos.
Conforme uma pesquisa publicada pelo The Astrophysical Journal Letters, o sinal é causado quando o disco ao redor do buraco negro brilha e emite pontos de rádio de rotação. O trabalho foi conduzido por pesquisadores da Universidade Keio, no Japão.
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Centro da Via Láctea reserva segredos incontáveis
Com o Atacama Large Millimeter Array (ALMA) as detecções minuciosas tornaram-se mais constantes. Aliás, o equipamento possui um conjunto de 66 anos, sendo que 54 delas possuem 12 metros de diâmetro. A construção do ALMA começou em 2003, no Chile, sendo que as observações foram iniciadas em 2011.
“Desta vez, usando o ALMA, obtivemos dados de alta qualidade da variação de intensidade de ondas de rádio de Sgr A * por 10 dias, 70 minutos por dia”, disse o principal autor Yuhei Iwata. “Então encontramos duas tendências: variações quase periódicas com uma escala de tempo típica de 30 minutos e variações lentas de uma hora”, completou.
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O centro da Via Láctea está cerca de 26 mil anos-luz distante do Sistema Solar, em direção a constelação de Sagitário. Se olharmos sem nenhum equipamento de auxílio, conseguimos enxergarmos apenas 1.500 anos-luz de distância. A Terra, por exemplo, fica somente 0,00001581 ano-luz do Sol.
Por fim, o Deserto do Atacama tem sido um importante local de pesquisas espaciais, já que fica numa altitude próxima de 5.000 metros em seus pontos mais altos, onde está o ALMA.
Os sinais vindos do buraco negro
Um buraco negro é uma estrutura que por si só não emite nada. Então, a fonte das emissões identificadas é o disco de gases, plasma, poeira e outras partículas que giram em torno dessa região que possui um enorme campo gravitacional. Aliás, essa condição é conhecida por disco de acreção.
Conforme o professor da Universidade Keio, Tomoharu Oka, fenômenos exóticos podem contribuir com a emissão destes sinais. “Em geral, quanto mais rápido o movimento, mais difícil é tirar uma foto do objeto”, contou.
Provavelmente as flutuações são originadas por meio da rotação vertiginosa de gás em torno da superfície do buraco negro. Assim, seria uma resposta quanto a dificuldade para observar diretamente.
Não faz muito tempo que os pesquisadores começaram a identificar a emissão destes sinais trêmulos de rádio. Aliás, a tendência é de que fique cada vez mais comum, já que os campos de observação e as antenas de captação são cada vez mais potentes.
O estudo foi publicado na revista The Astrophysical Journal Letters, confira.