Um novo teste de inteligência em uma espécie cefalópode reforçou como é importante não subestimar a inteligência animal.
Os chocos foram submetidos a uma nova versão do teste de marshmallow e os resultados parecem demonstrar que há coisas acontecendo em seus cérebros estranhos que não sabíamos.
Sua capacidade de aprendizado e adaptação poderia ter evoluído para dar aos chocos uma vantagem no mundo marinho, disseram os pesquisadores.
Teste realizado com um cefalópode
O teste do marshmallow é bem direto. Uma criança é colocada em uma sala com um marshmallow e informada que, se conseguirem não comer o doce por 15 minutos, receberão um segundo doce e poderão comer os dois.
A capacidade de atrasar a gratificação demonstra habilidades cognitivas, como planejamento futuro. Por ser tão simples, pode ser ajustado para animais. Porém, obviamente não se pode dizer a um animal que ele obterá uma recompensa melhor se esperar. Mas é possível treiná-lo para entender que uma comida melhor está chegando se ele não comer a comida na frente dele imediatamente.
No ano passado, o choco também passou em uma versão deste teste. Entretanto, uma equipe de pesquisadores abordou em um novo artigo que é difícil determinar se essa mudança de comportamento estava sendo governada por uma habilidade para exercer autocontrole. Por isso, projetaram outro teste para o cefalópode. Em um grupo de seis chocos comuns, eles foram colocados em um tanque especial com duas câmaras.
Dentro do tanque, haviam portas transparentes para os animais verem seu interior. Nas câmaras, tinham lanches – um pedaço menos preferido de camarão-rei cru em um, e um camarão de capim vivo muito mais atraente em outro.
As portas também continham símbolos que os chocos foram treinados a reconhecer:
- o círculo significava que a porta se abriria imediatamente;
- o triângulo significava que a porta se abriria após um intervalo de tempo;
- o quadrado, usado apenas na condição de controle, significava que a porta ficava fechada indefinidamente.
Concluindo, o camarão foi colocado atrás da porta aberta, enquanto o camarão vivo só ficou acessível depois de algum tempo. Se o cefalópode comesse o camarão, a outra refeição seria retirada imediatamente. Os pesquisadores descobriram que todos os chocos decidiram esperar por seu alimento preferido (o camarão vivo).