Sono, dieta ou exercício? Um deles melhora a saúde mental

Amanda dos Santos
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Durma oito horas todas as noites. Essa é a mensagem usual, pois o sono suficiente traz uma série de benefícios para a saúde, inclusive a saúde mental.

Mas a qualidade do sono pode ser o fator mais importante para prever uma boa saúde mental, mais do que as horas dormidas, atividades físicas e dietas. Isso de acordo com um novo estudo realizado com jovens adultos pelos pesquisadores da Universidade de Otago, na Nova Zelândia.

O sono interrompido já foi associado a problemas de saúde mental antes, incluindo depressão e outros transtornos de humor. Porém, ter uma dieta equilibrada também ajuda a prevenir a depressão, assim como curtos períodos de exercícios melhoram a saúde física e mental. Entretanto, sono, dieta e exercícios são um conjunto complexo de comportamentos inseparáveis na vida real.

Qual deles tem o maior impacto na saúde mental?

Embora já tenhamos visto muitos estudos anteriores analisando o que afeta nossa saúde mental, vimos um fator de cada vez. Este novo estudo considera os três fatores de estilo de vida – sono, dieta e exercícios – em uma análise que tenta entender qual deles tem o maior impacto na saúde mental dos jovens.

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Portanto, sono, atividade física e uma dieta saudável podem ser considerados como os três pilares da saúde e contribuem para promover o bem-estar ideal entre os jovens adultos, diz o autor principal Shay-Ruby Wickham, da Otago Medical School.

Neste estudo, os pesquisadores entrevistaram mais de 1.100 jovens adultos com idade entre 18 e 25 anos, comparando “os três grandes” fatores de saúde que afetam a saúde mental lado a lado. Essas pessoas responderam a uma pesquisa online entre 2018 e 2019, onde foram questionadas sobre seu humor e bem-estar, dieta, exercícios e hábitos de sono.

Eles também relataram como normalmente se sentiam revigorados ao acordar todas as manhãs, indicando um sono de boa qualidade. Para os jovens adultos, manter uma boa saúde física e mental não é fácil diante das grandes mudanças em suas rotinas diárias. Mudam os padrões de sono, as demandas de trabalho, o estilo de vida e são os momentos críticos de desenvolvimento das situações de vida.

Resultados do estudo

Os participantes do estudo moravam nos Estados Unidos e Nova Zelândia e eram um grupo misto: alguns já estavam comendo uma dieta vegetariana ou vegana; outros estavam tomando antidepressivos para problemas de saúde existentes e menos de um terço eram homens. Mas os pesquisadores fizeram ajustes para dar conta dessas diferenças.

Assim, pessoas que dormiam cerca de 10 horas por noite relataram menos sintomas depressivos. Os que dormiam menos que o suficiente (<8h) ou tinham sono demais (>12h) relataram mais sintomas de depressão. Concluindo, comer porções moderadas de frutas e vegetais todos os dias também se correlacionou com um melhor bem-estar.

E, embora a atividade física seja o segundo indicador mais claro de bem-estar, a qualidade do sono é o que os supera como o mais forte indicador de boa saúde mental. O que é surpreendente, segundo Wickham, porque as recomendações do sono se concentram predominantemente na quantidade e não na qualidade.

Pesquisa publicada na Frontiers in Psychology.

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