Só 12 minutos de exercícios intensos já alteram biomarcadores no sangue

Amanda dos Santos
(imagem: Pixabay)

Pequenas rajadas de exercícios físicos têm mais impacto em nossos corpos do que imaginávamos, é o que aponta um novo estudo. Apenas 12 minutos de atividade intensa são suficientes para alterar de modo significativo os biomarcadores da saúde metabólica no sangue das pessoas.

Os pesquisadores analisaram 411 homens e mulheres de meia-idade e suas reações a 12 minutos de exercícios físicos vigorosos. O exercício teve efeito em mais de 80% dos metabólitos circulantes de sangue dos participantes. O que isso quer dizer? Esses metabólitos podem atuar como indicadores de saúde cardiometabólica, cardiovascular e de saúde em longo prazo.

Ou seja, o estudo sugere que mesmo um curto período de atividade física é suficiente para beneficiar alguns dos principais processos biológicos do corpo.

Efeitos de breves exercícios físicos

O Dr. Gregory Lewis, especialista em insuficiência cardíaca e transplante cardíaco no Massachusetts General Hospital (MGH), explicou um pouco do estudo. “Muito se sabe sobre os efeitos do exercício nos sistemas cardíaco, vascular e inflamatório do corpo, mas nosso estudo fornece uma visão abrangente do impacto metabólico do exercício”.

Assim, a pesquisa demonstra esse impacto ao vincular vias metabólicas específicas a variáveis de resposta ao exercício físico e resultados de saúde a longo prazo. O surpreendente para os pesquisadores foram os efeitos que uma breve sessão de exercício pode ter sobre os níveis circulantes de metabólitos os quais governam funções corporais importantes. Como, por exemplo, resistência à insulina, estresse oxidativo, reatividade vascular, inflamação e longevidade.

exercícios físicos intensos
(imagem: Pixabay)

Um exemplo citado pelos pesquisadores é o metabólito glutamato, relacionado a doenças cardíacas, diabetes e menor expectativa de vida, que caiu 29% em média. Ao mesmo tempo, o metabólito DMGV (ácido dimetilguanidino valérico), associado a um maior risco de diabetes e doenças hepáticas, caiu 18%.

Além disso, os pesquisadores relataram algumas variações entre o sexo e o índice de massa corporal dos participantes. Houve sinais de que a obesidade poderia limitar alguns dos benefícios do exercício de alta intensidade.

Um total de 588 metabólitos foram rastreados e medidos pelos pesquisadores. No futuro, as mesmas técnicas usadas nesse estudo vão obter um quadro mais geral da saúde de alguém a partir de metabólitos que circulam no sangue.

Estudo de longo prazo

A pesquisa descobriu que diferentes metabólitos rastreados com diferentes respostas fisiológicas ao exercício fornecem assinaturas exclusivas na corrente sanguínea que revelam se uma pessoa está em forma. Da mesma maneira que os exames de sangue atuais determinam como o rim e o fígado estão funcionando, disse o cardiologista Matthew Nayor, MGH.

Concluindo, os dados para a nova análise foram extraídos do Framingham Heart Study, um projeto de pesquisa de longa duração e que agora cobre três gerações de pessoas. Isso porque os registros do estudo remontam a 1948, então os pesquisadores podem ver como as assinaturas metabólicas afetam a saúde a longo prazo.

Agora, há provas científicas mostrando que, até mesmo um pouco de exercícios físicos, pode beneficiar o corpo. Movimentar-se e manter-se ativo pode ajudar a combater o câncer, aumentar sua memória e perder peso. Graças a esse estudo e outros semelhantes, os pesquisadores estão começando a entender mais sobre como os exercícios ajudam o corpo nas menores escalas.

A pesquisa foi publicada na Circulation.

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