Carros elétricos chineses monopolizam o mercado no Brasil

Daniela Marinho
GWM Haval G6. Imagem: Fernando Pires/Quatro Rodas

A popularidade dos carros elétricos tem aumentado devido às preocupações ambientais e aos avanços na tecnologia das baterias. Nesse cenário, os carros elétricos chineses dominam o mercado da área no Brasil, o que significa dizer que 35% dos carros importados no país são do gigante asiático.

A expectativa para 2024 é que a quantidade aumente, visto que mais duas marcas chinesas de carros elétricos devem chegar. A Omoda e a Jaecoo, que pertencem ao grupo Chery International, vão lançar três novos modelos.

Por que os carros elétricos chineses são os queridinhos do brasileiro

As montadoras chinesas estão impulsionando a adoção de carros elétricos no Brasil com uma estratégia inteligente. Elas estão oferecendo veículos a preços mais acessíveis, a partir de R$ 150 mil, e apostando em modelos que não só possuem maior autonomia, mas também vêm equipados com tecnologia de ponta.

Essa abordagem tem conquistado a atenção dos consumidores, tornando os carros elétricos chineses mais acessíveis e atraentes para um público mais amplo. A combinação de preços competitivos e recursos avançados está contribuindo para acelerar a eletrificação da frota brasileira.

Murilo Briganti, sócio da consultoria Bright Consulting, especializada no setor automotivo, explica sobre as marcas de carros elétricos chineses que já dominam o mercado: “Eram 0,4% (dos importados) em 2021 e 8% no ano passado. O percentual de importados da China deve chegar a 35%, o que significa que um terço dos carros eletrificados do país é comprado dos chineses. Com o início da produção nacional da BYD e da GWM, o impacto será ainda maior.”

Projeção grandiosa

A Bright Consulting prevê-se que até 2030, os carros elétricos chineses, incluindo híbridos e plug-ins, alcancem uma participação significativa de 10% na frota de veículos do Brasil.

GWM Haval G6
GWM Haval G6.

Isso ocorre mesmo com a reintrodução gradual do Imposto de Importação sobre veículos elétricos, que começará em 12% a partir de janeiro, atingindo 35% em julho de 2026.

No momento, esses veículos compõem apenas cerca de 0,5% da frota nacional. O papel dos fabricantes chineses será crucial nesse avanço, contribuindo de forma substancial para impulsionar essa transformação no cenário automotivo brasileiro.

Lançamentos em 2024

Como mencionado, as empresas Omoda e Jaecoo divulgaram seus planos para o 2024, anunciando a iminente chegada de um veículo da marca Omoda e dois modelos da linha Jaecoo.

O modelo que inaugura essa nova fase é o Omoda 5, um SUV disponível em duas versões distintas de motorização, sendo uma caracterizada por uma abordagem híbrida leve, enquanto a outra adota um sistema totalmente elétrico.

Destaca-se que a variante de elite, movida exclusivamente por eletricidade, será lançada inicialmente no mercado brasileiro. Posteriormente, as versões com motorização híbrida leve serão progressivamente apresentadas em duas configurações distintas.

A estratégia adotada visa atender às demandas diversificadas dos consumidores, proporcionando alternativas tanto para aqueles que se inclinam aos veículos puramente elétricos quanto para os interessados nas tecnologias híbridas.

Números

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Imagem: Canva

A marca garante que seus preços serão competitivos dentro dos segmentos de mercado correspondentes. É importante ressaltar que SUVs totalmente elétricos de concorrentes diretos têm valores oscilando entre R$ 230 mil e R$ 250 mil no mercado automotivo brasileiro.

Em outubro, Shawn Xu, CEO da Omoda e Jaecoo, anunciou a intenção de iniciar a produção no Brasil. A empresa analisa o mercado para identificar a melhor oportunidade.

Por razões estratégicas, a empresa opta por não divulgar publicamente o montante do investimento destinado ao território brasileiro.

A estreia global da Omoda e Jaecoo ocorreu em abril de 2023, durante o Salão do Automóvel de Xangai. Até novembro do ano passado, mais de 137 mil unidades dos veículos foram comercializadas, desconsiderando os dados relativos ao mercado chinês.

No cenário internacional, a empresa estabeleceu como meta a venda de 1,4 milhão de unidades até o ano de 2030. Esses números evidenciam a significativa aceitação e demanda pelos produtos da marca em escala global.

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