Embora minúsculo e com uma aparência adorável, camarão mantis pode ser um inimigo indesejável para outras criaturas marinhas. Esse pequeno crustáceo, de aproximadamente 10 centímetros, se assemelha com um louva-deus, mesmo que não seja categorizado como um. No entanto, também não pode ser classificado como um camarão, pois possuem um parentesco maior com caranguejos e lagostas.
Um pequeno animal, mas com uma força surpreendente
Sua anatomia é algo que desperta o interesse de diversos pesquisadores. Não somente pelo fato de sua coloração ou olhos incrivelmente esbugalhados, que deixam as presas mais susceptíveis aos seus ataques. Mas sim, devido ao fato de que, apesar do seu tamanho, ele possui patas poderosas, consideradas as mais rápidas dentre o ambiente marinho, ao desferir socos.
Em um comunicado, pesquisadores envolvidos em um novo estudo acerca deste animal, revelaram resultados impressionantes. Segundo o novo estudo, a velocidade de cada soco do animal, estaria estimada em, aproximadamente, 23 metros por segundo, que poderia gerar a cada golpe, 1.500 newtons de força. Com toda essa força, esses pequenos animais conseguem quebrar as carapaças de caranguejos e outros moluscos.
Para os autores do projeto, uma comparação para a dimensão de tal descoberta, seria imaginar um indivíduo socando repetidas vezes, uma parede de concreto, sem quebrar sua mão durante o processo. No entanto, parece ser humanamente impossível.
O estudo também revelou a presença de nanopartículas que serviriam como uma barreira de impacto, à medida que o animal usa suas patas para dar um soco poderoso. No momento em que ocorre o impacto da pata com algo sólido, as nanopartículas atuaram como um dissipador de energia, fazendo com que a colisão não ofereça problemas ao animal.
Camarão mantis e o seu potencial para o futuro
Um dos processos metodológicos utilizados nessa nova pesquisa foi a microscopia eletrônica de transmissão e de força atômica. Assim, os autores conseguiram ter uma visão melhor acerca do animal, de forma a corroborar ainda mais com o estudo. Esse método revelou que a estrutura corpórea é composta de um mineral conhecido por Hidroxiapatita.
Esses minerais formam nanocristais que realizam um movimento de rotação e se quebram a cada soco dado pelo pequeno crustáceo. No entanto, após algum tempo, a estrutura é reorganizada novamente, voltando a ser o que eram antes do impacto.
Sobre a estrutura corpórea, os autores descreveram que, “em taxas de deformação relativamente baixas, as partículas se deformam quase como um marshmallow e se recuperam quando o estresse é aliviado. As partículas endurecem e quebram nas interfaces nanocristalinas. Quando você quebra algo, você está abrindo novas superfícies que dissipam quantidades significativas de energia”.
A importância deste trabalho se deve ao fato de implementar essa característica do camarão mantis além da vida marinha. Assim, caso consiga ser descoberto uma forma de incrementar esses nanocristais em superfícies de automóveis, aviões e objetos de proteção, as chances de ter menos sequelas durante um acidente, serão maiores. É um mecanismo natural, que se adaptado no dia a dia, pode gerar uma maior taxa de sobrevivência no futuro.
O estudo foi publicado na revista Nature Materials. Com informações de ScientAlert.