Buraco negro supermassivo que não deveria existir intriga astrônomos

Giovane Sampaio
Impressão artística. Crédito da imagem: ESA/Hubble, M. Kornmesser

O Telescópio Espacial Hubble, da NASA, encontrou um disco fino de material orbitando em torno de um buraco negro supermassivo no coração da galáxia espiral NGC 3147, a 130 milhões de anos-luz de distância de nós.

O que há de errado nesse disco é que ele não deveria estar lá. O disco se encontra muito próximo do buraco negro supermassivo, e devido a essa aproximação, ele pode revelar pistas das teorias das relatividades de Albert Einstein.

As observações revelaram que o disco fino de material em torno do buraco negro está tão profundamente incorporado no campo gravitacional do buraco negro que a luz dele é alterada.

“Nunca vimos os efeitos da relatividade geral e especial à luz visível com tanta clareza”, disse Marco Chiaberge, membro da equipe que conduziu o estudo das observações feitas pelo Hubble, da Agência Espacial Europeia.

“Este é um interessante vislumbre de um disco muito próximo de um buraco negro, tão perto que as velocidades e a intensidade da força gravitacional estão afetando a forma como os fótons de luz se aparentam”, acrescentou o principal autor do estudo, Stefano Bianchi, da Università degli Studi Roma Tre, em Roma, Itália. “Não podemos compreender os dados a menos que incluamos as teorias da relatividade,” completa.

Usando o instrumento STIS (Hubble’s Imaging Spectrograph), os pesquisadores puderam estudar a matéria que gira no interior do disco. O instrumento utilizado é uma ferramenta de diagnóstico que divide a luz de um objeto em seus vários comprimentos de ondas individuais para determinar sua velocidade, temperatura e outras características com uma precisão muito alta.

Sem o Hubble, os cientistas não poderiam observar e estudar as áreas de baixa luminosidade ao redor do buraco negro, que bloqueia a luz da galáxia. “Não teríamos sido capazes de ver isso porque a região do buraco negro tem uma luminosidade baixa”, disse Chiaberge.

A equipe espera usar o Hubble para caçar outros discos muito compactos em torno de buracos negros de baixa potência em galáxias ativas semelhantes.

“É o mesmo tipo de disco que vemos em objetos que são 1000 ou mesmo 100 000 vezes mais luminosos. As previsões de modelos atuais para galáxias ativas muito fracas falharam claramente.”

FONTE / NASA / Goddard Space Flight Center

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