Beija-flor com plumagem raríssima foi visto em reserva da Bahia

Alessandra Martins
Imagem: Jailson Souza

Um beija-flor de pluagem rara foi recentemente avistado em uma reserva de Mata Atlântica, na Bahia. Segundo a Analista Ambiental Regina Damascena, na Revista Globo Rural, a pequena ave foi avistada pela primeira vez na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), localizada na região sul da Bahia. O avistamento despertou curiosidade e empolgação entre observadores de aves e entusiastas da natureza.

O beija-flor é uma ave conhecida, pela espetacular sinfonia de cores, uma rara e bela espécie com asas cintilantes em tons iridescentes. Mas esse é diferente. A pequena ave foi chamada de “fadinha”, por ter quase todas as penas brancas, isto é, um beija-flor-branco, resultado de uma mutação genética.

O gênero Chlorestes

O beija-flor em questão pertence ao gênero Chlorestes, sendo resultado de uma mutação genética. Poderíamos dizer que a “fadinha” se trata de uma ave mutante. 

O gênero Chlorestes é formado por 6 espécies, encontradas nas regiões da América Central e América do Sul.

É importante destacar que esta ave se adaptou ao seu ambiente natural ao longo do tempo. Sendo encontrada em seu habitat, frequentemente localizada em planícies úmidas do Norte e Centro-Oeste do Brasil, geralmente perto de rios e lagoas. 

Sua alimentação é composta por néctar de plantas com flores, normalmente alcançando galhos mais altos pairando no ar em busca de mais flores desabrochadas. 

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A “fadinha”. Imagem: Jaílson Souza

Fadinha, o Beija-flor ‘mutante’

Esta é a primeira vez que há registro de mutação no gênero Chlorestes, ou seja, é uma descoberta inédita, jamais vista no mundo. O pequeno beija-flor mutante avistado na Bahia é uma ave com plumagem branca, rara de ser encontrada na natureza. De acordo com o biólogo e ornitólogo do Observatório de Aves da EVC, Luciano Lima, a plumagem de cor branca poderá dificultar a sobrevivência da ave, visto que poderá atrair predadores e gerar rejeição de outras aves. 

A pequena ave deve ter cerca de um ano de idade e ainda não foi possível identificar se é um macho ou fêmea. Os pesquisadores estão empenhados em descobrir a verdadeira espécie desse beija-flor, visto que, no Brasil, existem mais de 90 espécie que vivem principalmente na região da Mata Atlântica

Na busca por solucionar o mistério, os pesquisadores e especialista em ornitologia de todo o país tem se debruçado sobre imagens e gravações sonoras, na ânsia de encontrar respostas sobre a “fadinha”.

Através da observação detalhada, os pesquisadores conseguiram identificar semelhanças entre a “fadinha” e o beija-flor-de-garganta-azul e com o beija-flor-roxo.

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Um beija-flor-de-garganta-azul. Imagem: eBird

Os estudiosos agora buscam identificar semelhança com outras aves para encontrar a origem da mutação. No caso da “fadinha”, a mutação que essa ave sofreu é chamada de leucismo, uma condição na qual a coloração das penas é diluída, ou seja, desaparece, deixando as penas sempre brancas. No entanto, não se trata de um beija-flor albino, a qual é outra condição genética.

Sobre a RPPN

A Reserva onde a ave foi identifica funciona há 25 anos e fica localizada a cerca de 15 km de Porto Seguro-BA. A RPPN da estação Veracel foi criada em 1988 e já é reconhecia pela ONU (organização das Nações Unidas) e BirdLife Internacional

Reconhecida internacionalmente, a RPPN já foi palco de outras tantas descobertas. Como, por exemplo, em 2018 houve a descoberta de um ninho de harpia, uma ave de rapina que se encontra em extinção

Para quem deseja visitar a RPPN é necessário realizar um agendamento online. O e-mail de contato é: [email protected].

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