Durante bastante tempo as células solares convencionais – feitas de placas de silício cristalino – têm dominado a industria da energia solar. Porém um novo material promete tomar esse lugar. Por se mostrar mais barato e muito mais eficiente na conversão de luz solar em eletricidade – pelo menos nos testes feitos em laboratório.
O novo material é composto por filmes de micrometros finos feitos de materiais chamados perovskitas, em apenas uma década dispararam a curiosidade de muitos laboratórios para novas perspectivas de energia solar. As células compostas pelo novo material demonstraram até 30% de eficiência na conversão de energia – enquanto as de silício variam entre 15% e 17%.
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Mas não é tão provável que as células de perovskitas venham a substituir completamente as de silício.
Em vez de escolher um ou outro, algumas empresas estão depositando cristais de perovskitas sobre células de silício que produzem ainda mais energia a partir do sol que apenas um único material. Por quê não juntar o útil ao agradável, não é mesmo?
Algumas empresas também pensam em cobrir partes de plástico com o material para criar painéis mais leves e flexíveis, embora tenham durabilidade baixa esses dispositivos poderão abranger locais onde painéis solares convencionais – que são apoiados por vidros pesados – não podem (como carros, barcos e aviões, por exemplo).
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Mas ainda há questões fundamentais para responder sobre os novos materiais. Não está claro se as perovskitas serão duráveis o suficiente para trabalhar com a chuva, vento, sol intenso e altas temperaturas durante 25 anos como os painéis de silício prometem. A baixa durabilidade poderia comprometer o custo-beneficio do material. Outro problema das células de perovskita é que as melhores delas contêm chumbo, um metal tóxico. Os pesquisadores tentaram alternativas, como o estanho, mas o desempenho diminui. Os pesquisadores afirmam que a quantidade de chumbo presente nas células é muito pequena e isso não poderia causar grandes danos se viessem a vazar. A verdade é que, muitos testes ainda precisam ser realizados.
Mesmo que as perovskitas não venham a substituir as células de silício é certo que sua descoberta é um grande avanço para a produção de energia por fontes renováveis.
O artigo científico foi publicado em Scientific Reports.