“Baby Louie”, uma nova espécie de dinossauro identificada

Pedro Noah
H. PU ET AL/NATURE COMMUNICATIONS 2017 (ESQUERDA); Z. CHUANG (DIREITA)

Segundo um artigo publicado no dia 9 de maio, na Revista Nature Communications, um embrião de dinossauro fóssil conhecido como “Baby Louie”, pertence a uma espécie recentemente identificada do dinossauro Beibeilong sinensis.

Nos anos 80 e 90, os agricultores encontraram milhares de ovos de dinossauro fossilizados nas rochas da província de Henan, na China, e venderam-nas para o exterior. Descobriu-se que um pedaço de rocha, comprado por uma empresa que vende fósseis de qualidade de museu detinha não apenas ovos, mas também um esqueleto embrionário de dinossauro. Foi apelidado de “Baby Louie”, depois que as imagens de um fotógrafo da National Geographic apareceram na capa da revista.

Os arqueólogos sabiam que “Baby Louie” era um tipo de oviraptorossauro, um dinossauro de duas patas, semelhante a um pássaro. Mas sua espécie era um mistério. Assim, em 2015, Junchang Lü, da Academia Chinesa de Ciências Geológicas, em Pequim, e seus colegas retornaram ao local, na China, onde os ovos foram escavados. Eles analisaram fósseis lá e examinaram os restos de Louie, agora alojados no Museu Geológico de Henan. O embrião mede 38 centímetros de seu focinho para o início de sua cauda e data de cerca de 90 milhões de anos atrás.

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Dinossauros da espécie Beibeilong sinensis, aninhando seus ovos (ilustrados). Esta nova espécie foi identificada graças a uma recente análise do registro fóssil de “Baby Louie”, um famoso embrião de dinossauro descoberto na década de 1990.

Baseado na estrutura dos ossos faciais do “Baby Louie” e em outras características anatômicas, a equipe declarou que o dinossauro trata-se de uma nova espécie. Em chinês, Beibei significa “bebê” e “dragão”.

O esqueleto do “Baby Louie” foi encontrado com seis a oito ovos de dinossauro de aparência semelhante. Este tipo de ovo de dinossauro é o maior identificado até hoje, e parece ter sido abundante, levando arqueólogos a pensar que dinossauros semelhantes a pássaros, como “Baby Louie”, eram comuns no final do Cretáceo.

 

Texto traduzido e adaptado da Science News. Saiba mais em: Nature Communications. O artigo científico completo pode ser lido aqui.

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