Um animal exótico deixou muita gente assustada na área rural de Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba (PR). Trabalhadores estavam realizando a limpeza de um terreno, quando se assustaram com a presença do bicho. Ele possui algumas características bem diferentes, parece uma serpente, mas o corpo é pequeno e os olhos são grandes.
O vendedor Celso Almeida, que mora nesta região, pensava que o animal exótico era um filhote de cobra. Ele possui um sítio e recebeu as fotos do bicho em um grupo de trabalhadores. Logo ficou assustado, porque mesmo morando na zona rural, nunca havia visto algo parecido como o recém-descoberto bicho.
“Achei até que era uma montagem. Então, liguei para várias pessoas e, a maioria, ficou bem assustada. Muitas nunca tinham visto isto. Será que era uma cabeça de bagre”, contou o homem em entrevista à emissora de rádio Banda B.
Embora tenha visto o animal apenas por imagens, sugeriu algumas possibilidades sobre o surgimento. “Eles pensaram que era um mandorová. Será que houve um acasalamento de mandorová com cobra. Enfim, fiquei bem assustado”, comentou.
Afinal, esse animal exótico é de qual espécie?
Conforme biólogos do Instituto de Ciência e Tecnologia em Biodiversidade (ICTBIO), esse animal seria uma larva ou lagarta de mariposa, que é semelhante a aparência de uma serpente. Então, existe uma relação com a primeira hipótese levantada pelo vendedor.
“Em Ecologia, essa imitação recebe o nome de mimetismo, no qual um animal geralmente inofensivo se assemelha a outro que seja perigoso para se defender de seus agressores. No caso da lagarta em questão, o mimetismo com uma serpente possivelmente visa protegê-la, principalmente de aves, que devem ser seus principais predadores”, comentou o herpetólogo e curador do Instituto, Sérgio Morato.
Ainda conforme o herpetólogo, esse tipo de camuflagem pode ser vista em diferentes grupos de animais. Por exemplo, as cobras corais falsas, que são inofensivas, mas contam com a coloração semelhante as verdadeiras. Segundo a bióloga Maristela Zamoner, esse animal tem características parecidas com a fase larval da espécie Eumorpha labruscae, descrita em 1758.
“É importante ressaltar que esta espécie, em suas fases jovens como neste caso, não oferece risco ao humano, como ocorre com espécies dos gêneros Lonomia ou Periga”, explicou a bióloga, também em entrevista à Banda B. Além disso, quando a espécie chega em sua fase adulta, é capaz de prestar um bom serviço ao ecossistema.
Para ela, são animais que devem ser preservados, já que são bastante importantes para a biodiversidade, enfim, faz duas décadas ou mais que conhecem as fases jovens destes animais. “Até já ganharam os jornais algumas vezes”, contou a bióloga e lepdopterologista.
Com informações de ND+ e Banda B.