Os animais do Pantanal habitam o menor bioma brasileiro, mas isso não quer dizer que possuam pouca importância. Localizado nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o Pantanal se estende também por uma pequena parte da Bolívia e do Paraguai, onde é chamado de “Chaco”.
O bioma é considerado a maior bacia inundável do mundo, com 250 mil km² de extensão, sendo um dos ecossistemas mais ricos do planeta em termos de biodiversidade, contando com cerca de 4.700 espécies conhecidas, dentre animais e vegetais.
A Fauna do Pantanal
Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, na fauna, o Pantanal conta com 264 espécies de peixes, 652 de aves, 130 de mamíferos, 177 de répteis e 40 de anfíbios.
O bioma, também chamado de “reino das águas”, possui um papel de grande importância na conservação da biodiversidade, já que se caracteriza como um enorme reservatório de água doce, que permite a preservação de espécies, conservação do solo e estabilização do clima.
Contudo, assim como ocorre na Amazônia e na Mata Atlântica, os animais do Pantanal sofrem com o desmatamento causado pela atividade agropecuária, que tem sido um dos principais fatores para a destruição de diversos habitats e consequentemente da diminuição ou desaparecimento de determinadas espécies, assim como caça predatória.
Animais do Pantanal: Mamíferos
No Pantanal habitam cerca 130 espécies diferentes de mamíferos. No entretanto, estudiosos afirmam que a área pantaneira pode abrigar muitas outras espécies, que ainda não são conhecidas e não foram catalogadas.
Alguns mamíferos encontrados no Pantanal:
- Capivara
- Veado-catingueiro
- Veado-campeiro
- Bugio-do-pantanal
- Porco do mato
- Tamanduá-bandeira
- Cachorro-do-mato
- Anta
- Quati
- Tatu-canastra
Animais do Pantanal: Aves
A população de aves é bastante extensa no Pantanal. Até o momento, são 652 espécies catalogadas. Algumas delas:
- Tuiuiú
- Garça-branca
- Gavião-preto
- Gavião-de-Penacho
- Tucano-toco
- Ema
- Socozinho
- Jaçanã
- Carcará
- Curicaca
- Biguá
- Carandá, que é uma ave endêmica, ou seja, só encontrada no Pantanal
Animais do Pantanal: Peixes
Como esperado, o “reino das águas” é rico em espécies de peixes. Habitando os rios e lagoas da região, há 264 espécies conhecidas de peixes, entre elas:
- Piranha
- Pacu-caranha
- Dourado
- Poraquê
- Pintado
- Piraputanga
- Cachara
- Curimbatá
- Jaú
- Piau
Animais do Pantanal: Répteis
Há pelo menos 177 espécies de répteis catalogadas, que compõem o bioma do Pantanal, principalmente cobras e jacarés:
- Jacaré-do-pantanal
- Jacaré-de-papo-amarelo
- Víbora-do-pantanal
- Sucuri-amarela
- Jiboia Constritora
- Tartaruga-do-pantanal
- Calango
- Sinimbu
- Sururucu-do-pantanal
- Muçurana
Animais do Pantanal: Anfíbios
Há 40 espécies de anfíbios catalogadas no Pantanal. Trata-se de um número pequeno, se comparado com outros biomas do Brasil. A seguir, algumas dessas espécies:
- Perereca-de-bananeira
- Perereca-do-brejo
- Sapo cururu
- Rã-do-chaco
Os mais famosos animais do pantanal
O bioma que já foi cenário de novela, possui algumas espécies bastante conhecidas do público em geral, que se tornaram símbolos do Pantanal.
Onça-pintada
A onça-pintada é o maior felino das Américas, podendo chegar a pesar até 135 kg. Além disso, a espécie conta com grande força física e uma potência de mordida que é considerada a mais poderosa dentre os felinos.
Ariranha
A ariranha é a maior espécie de carnívoro semi-aquático da América do Sul. Da mesma família das lontras, as ariranhas são ótimas nadadoras. A espécie vive em grupos familiares de 5 a 9 membros.
Jacaré-do-pantanal
O jacaré-do-pantanal possui um comprimento de 2 a 3 metros. Mesmo com a boca fechada, parte dos dentes dos animais desta espécie ficam à mostra e, por isso, também são conhecidos como jacaré-piranha. O jacaré-do-pantanal costuma viver em grupo, é ótimo nadador e possui grande longevidade, com 100 anos de expectativa de vida. As fezes desse jacaré servem de alimento para muitos peixes.
Cervo-do-pantanal
O cervo-do-pantanal é o maior cervídeo da América do Sul. A espécie pesa, em média, 100 kg e possui membranas entre os dedos da sua pata, o que facilita seu deslocamento em ambientes inundados, que são comuns no Pantanal. Os cervos-do-pantanal costumam ser solitários e possuem hábitos diurnos.
Tamanduá-bandeira
O tamanduá-bandeira é a maior das quatro espécies existentes de tamanduá, podendo chegar a medir 2 metros de comprimento e pesar até 41 kg. Ele é capaz de nadar em grandes rios e sua dieta é composta por formigas e cupins.
Sucuri
A sucuri-amarela, também conhecida como anaconda, é uma cobra semiaquática. Como não se trata de um réptil peçonhento, mata que as suas vítimas por constrição. A espécie pode chegar até os 6 metros de comprimento e pesar até 40 kg.
Arara-azul
A arara-azul pode chegar a medir até 1 metro de comprimento e é encontrada geralmente em pares ou grupos. Trata-se de uma espécie monogâmica, em que os casais ficam juntos mesmo fora do período de reprodução.
Piranha
As piranhas são uma espécie de peixes carnívoros de água doce, famosos por sua dentição afiada. Elas medem entre 14 a 26 cm, caçam em bandos e são muito sensíveis à presença de sangue na água.
Pacu
O pacu é outro peixe encontrado no Pantanal. A espécie habita rios e lagoas em épocas de cheia. Por conta da popularidade de sua carne, é bastante visado na pesca.
Bugio
O bugio, também conhecido como Guariba ou Macaco Barbado, é um animal que vive em grupos de, em média, sete indivíduos. O grupo é liderado pelo macho mais velho. Esta espécie de primata possui uma vocalização característica, que pode ser ouvida a até 500 metros de distância.
Tuiuiú
O tuiuiú é a ave símbolo do Pantanal. A espécie pode chegar a 1,60 metros de altura e 3 metros de envergadura, além de pesar até 8 kg. Apesar de poder ser encontrada do sul do México até o norte da Argentina, cerca de 50% dos Tuiuiús estão no Brasil, especialmente no bioma pantaneiro.
Animais do Pantanal em risco de extinção
Como afirmamos logo no início do texto, o Pantanal é o menor dos biomas brasileiros, ainda assim, a fauna do Pantanal é riquíssima. No entanto, muitas espécies correm risco de extinção, já que a região sofre com o desmatamento e o tráfico de animais.
Segundo o Ministério do meio-ambiente, o Pantanal ainda mantém cerca de 86% de sua cobertura vegetal nativa. Contudo, o bioma é muito vulnerável, pois depende da manutenção do ciclo hidrológico, que é o que permite a alta e baixa das águas e, consequentemente, a vida das espécies que ali habitam espécies. Qualquer alteração nesse ciclo pode comprometer os ecossistemas, modificar a paisagem e prejudicar os animais do Pantanal.
Dessa forma, a agropecuária pecuária não sustentável, que prejudica solos e recursos hídricos, é uma ameaça, assim como projetos de infraestrutura. A organização WWF Brasil listou os maiores problemas da região:
Na planície
- Assoreamento
- Queimadas
- Desmatamento
- Mudança de pastagens
- Caça e pesca predatória
- Pólo minero-siderúrgico e gás químico
- Efluentes líquidos urbanos e industriais
- Resíduos sólidos urbanos e industriais
- Projeto de hidrovia cortando o Pantanal
- Grandes projetos de infra-estrutura de interligação entre países vizinho
No planalto
- Uso inadequado e excessivo de pesticidas
- Desagregação e erosão dos solos
- Uso inadequado e degradação de águas superficiais e do subsolo
- Efluentes líquidos urbanos e industriais
- Resíduos sólidos urbanos e industriais
- Projetos de usinas de açúcar e álcool
- Pólo minero-siderúrgico e gás químico
Alguns animais em risco de extinção no Pantanal são: onça-pintada, onça-parda, cervo-do-pantanal, arara-azul, lobo-guará e ariranha, dentre outros.