Em setembro deste ano, centenas de focas, polvos, caranguejos e outros animais marinhos apareceram mortos na praia da Península de Kamchatka, localizada no leste da Rússia.
Em torno de 20 pessoas também apresentaram sintomas, como ardência nos olhos, náusea e febre, no começo de setembro. Logo após isso, uma lama de cor amarela-acinzentada e de mau cheiro apareceu na água da Península. E, assim, após alguns dias, os animais mortos começaram a encalhar na praia.
Na praia, não apareceram animais grandes ou pássaros marinhos. No entanto, cientistas mergulharam na região afetada da Península de Kamchatka e encontraram, a uma profundidade de 10 a 15 metros, vários animais mortos no fundo marinho. O local é conhecido por possuir águas claras e uma grande população de focas.
Investigação sobre os animais mortos
O Ministério de Recursos Naturais e Ecológicos de Kamchatka ignorou os relatos iniciais sobre o novo desastre ecológico da Rússia. As pressões de cientistas e ativistas ambientais aumentaram e, então, o governo começou uma investigação. O intuito é identificar as possíveis causas e violações no uso de substâncias perigosas.
Além do governo, membros do Greenpeace da Rússia e cientistas locais estão pesquisando a causa do evento e a gravidade das consequências para o ecossistema.
Como resultado inicial, o Greenpeace da Rússia identificou o dobro do normal em níveis de fenol, substância muito utilizada na produção de desinfetantes, corantes e antisséptico. E, além disso, níveis quatro vezes maiores que o normal de petróleo.
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A causa do desastre, contudo, ainda não está totalmente clara. O biólogo Vladimir Burkanov suspeita que os poluentes vieram de um antigo combustível de foguete armazenado em uma base militar próxima. Assim, os tanques provavelmente vazaram e a chuva levou o material até o mar local.
Outra teoria levantada também envolve a base militar próxima. A mídia local suspeita que atividades de perfuração podem ter causado o vazamento. No entanto, o Ministério da Defesa da Rússia descartou essa hipótese.
Por outro lado, o Greenpeace Rússia sugere que a causa pode ser de um depósito de lixo tóxico próximo da região. Essa afirmação ocorreu após oficiais de Kamchatka anunciarem o rompimento de um armazém que continha cerca de 100 toneladas de substâncias tóxicas.
A investigação oficial do governo de Kamchatka continua, e nenhum culpado ainda foi identificado até agora. Ainda há a hipótese por parte do governo que o desastre pode ter causas naturais, como de atividade vulcânica ou floração de algas tóxicas.
Com informações de Smithsonian Magazine.