A descoberta das ânforas antigas foi feita durante a escavação de uma trincheira para proteger Odessa, a terceira maior cidade da Ucrânia que é um importante porto marítimo e centro de transporte para o sul do país.
As ânforas datam do século III a IV d.C., período em que Odessa era um assentamento romano chamado Odessus que cresceu a partir de uma colônia grega. No entanto, devido à contínua agressão de invasores russos na Ucrânia, os arqueólogos não conseguem registrar o local.
As ânforas, assim como outras peças de cerâmica encontradas, foram cuidadosamente coletadas pelos soldados da 126ª Defesa Territorial e enviadas ao Museu Arqueológico de Odessa para sua preservação.
Ânforas antigas era utilizadas para armazenamento
As ânforas são recipientes utilizados em tempos antigos para transportar e armazenar líquidos e sólidos. Eles estão relacionados aos períodos romano, bizantino e grego antigo, indicando que as ânforas podem ter sido utilizadas desde o período neolítico.
Elas possuem o formato de vasos, e eram muito utilizadas para guardar vinhos, água, azeite, mel, entre outros itens. Na sua época, ela era considerada um objeto muito versátil e prático, já que permitia que fosse carregado por duas pessoas.
Monumentos ucranianos podem desaparecer com a guerra
As ânforas antigas são apenas um dos muitos artefatos e monumentos ucranianos que estão em perigo. Desde que a guerra começou, existe o risco iminente da Ucrânia perder muitos objetos históricos que estão localizados em cidades que têm a atenção dos russos.
Em fevereiro deste ano, por exemplo, pouco após a guerra começar, o Museu de Ivankiv, situado na região metropolitana da capital de Kiev, foi incendiado após uma ofensiva russa. Isso fez com que cerca de 25 obras da artista Maria Primachenko, que encantou o espanhol Pablo Picasso, fossem destruídas.
Após esse acontecimento, a Embaixada da Ucrânia em Santa Sé, no Vaticano, obteve a informação de que os russos estavam considerando atacar a Catedral de Santa Sofia do século XI. Diante da informação, o Governo ucraniano fez um apelo à Rússia para não destruir a catedral.
Além desses, existem vários outros monumentos ucranianos muito valiosos para a cultura do país. Entre eles tem o centro histórico de Lviv e a Residência dos Metropolitanos de Bucovina e da Dalmácia, lugar que abrigou bispos ortodoxos no final do século XIX, quando a região estava sob o controle da monarquia de Habsburgo.
Frente a tais informações, os soldados ucranianos lutam não só pela sobrevivência da população, mas de sua história também. “Não somos russos, preservamos nossa história” foi o que a jornalista Yana Suporovska de Kiev relatou após os soldados ucranianos levarem as ânforas antigas para o museu.