Astrônomos encontram anã branca mais massiva já descoberta

Mateus Marchetto
Esta anã branca tem características únicas e é a menor e mais massiva conhecida. Imagem: WikiImages/Pixabay

Astrônomos acabam de observar uma anã branca fora da curva: a estrela possui a maior massa para este tipo de estrela, ainda que com o menor tamanho. Ademais, estrela branca possui um campo magnético extremamente forte em comparação com suas semelhantes e realiza um giro a cada 7 minutos.

Com o nome nada elegante de ZTF J1901+1458, a anã branca tem um raio de aproximadamente 2100km. Proporções estas, aliás, semelhantes à nossa Lua, que possui 1700km de raio, aproximadamente.

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A anã branca descoberta tem um tamanho aproximado ao da Lua. Imagem: Karkowski/Pixabay

Todavia, a estrela morta chamou a atenção da comunidade de astrônomos não só pelo tamanho, mas também por sua massa: 1,3 vezes maior que a do Sol. Além do mais, pesquisadores observaram um campo magnético bastante forte ao redor da anã branca, bem como uma rotação bastante rápida. Os resultados da pesquisa estão disponíveis no periódico online da Nature.

A estrela está localizada a 130 anos-luz do planeta Terra e provavelmente surgiu pela fusão de duas anãs brancas originais. Acontece que estas estrelas geralmente formam sistemas binários, como duas hélices de um helicóptero (cada estrela em uma ponta).

Características de uma anã branca

Este tipo de estrela é o resquício da morte de uma estrela maior e mais massiva. Quando nosso Sol morrer, por exemplo, ele terá usado a maior parte do hidrogênio em seu núcleo e não sustentará mais sua massa. Isso vai fazer com que as camadas externas da estrela se liberem para o espaço na forma de gases, deixando apenas o núcleo para trás. Esse núcleo restante, forma uma anã branca.

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Imagem: WikiImages/Pixabay 

Contudo, quando uma estrela é mais massiva e energética, esse processo é violento. Nesse caso a estrela queima todo seu combustível em alguns milhões de anos para logo e seguida explodir em uma supernova.

Acontece que a estrela que formou esta anã branca quase virou uma supernova, e foi por pouco. Isso formou uma anã branca com um campo magnético um bilhão de vezes mais forte que o do Sol.

Por ser tão massiva, a estrela ainda pode formar uma estrela de neutrons, uma forma ainda mais densa de todos os elementos presentes no sistema. Isso acontecerá caso o núcleo da ZTF J1901+1458 colapse devido a sua massa. Todavia, isso é pura especulação. Além do mias, há um delay de 130 anos antes de sabermos das últimas notícias da ZTF J1901+1458, e não há pressa para a escala de tempo das estrelas.

O artigo está disponível no periódico Nature.

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